Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

segunda-feira, março 31, 2008

Afinal, o gordo safa-se



Calo-me respeitosamente. Não voltarão a ler neste espaço as palavras "badocha" e "filho do senhor António" na mesma frase.
A partir de ontem, ganhou direito a ser apenas o "Miguel".

quinta-feira, março 27, 2008

A arrogância deste menino


P: Oh Paulo Bento, mas porque é que não jogas em 4-3-3?
R: Porque o nosso melhor avançado dos últimos anos, o Liedson, sente-se pouco à vontade nesse sistema. Precisa de mobilidade e de apoio no ataque. Rende pouco isolado na frente.
P: Oh Paulo, e porque é não jogas em 4-3-3 assimétrico?

Ó Lobo, e se fosses bardamerda?

quarta-feira, março 26, 2008

Sem sentido

O velho exemplo é repetido até à exaustão pelos melhores especialistas em processo penal que a nação tem para oferecer e também pelo Moita Flores. Al Capone foi encarcerado, não por crimes de sangue, mas pelos crimes de evasão fiscal. Diz-se, aliás, que o seu lapso imperdoável foi não ter discriminado o custo da banda filarmónica que tocou na sua boda nos impressos que o Teixeira dos Santos agora nos obriga a preencher.
Pelo mesmo raciocínio, Pinto da Costa pode ser engavetado, não por criar uma rede nauseabunda de corrupção de árbitros, mas por subverter um obscuro jogo entre o Beira-Mar e o FC Porto, disputado “só” na temporada em que os «dragões» foram campeões europeus.
Surpreende que, depois de escrutínio tão rigoroso às contas e movimentos do presidente do FC Porto, a super-equipa de investigação tenha produzido isto: um encontro de hora e meia com um desgraçado de um árbitro que ninguém conhece e que tem todo o ar de quem desconhece o lado certo para abordar a utilização de um bidé. À escala, dá a impressão de que, depois de acusar Pinto da Costa de desenvolver armas de destruição maciça, Maria José Morgado se orgulha de levar o presidente do FC Porto a julgamento por posse de arco e flecha. Também está bem, mas impressiona menos.
Não me interpretem mal. Será divertido assistir ao julgamento e descobrir a vocação judicial de José Manuel Delgado em “A Bola”, fiel caixa de ressonância do pensamento de Vieira, embora sem os “huums” e “hamms” que tanto cativam no filósofo original. A feira que por certo se levantará à porta do tribunal será lúdica e instrutiva. Basta ler o comentário de Mano Nunes, à época presidente dos aveirenses, para adivinhar o que aí vem. Diz o senhor que não se lembra bem do jogo, mas que o Beira-Mar foi espoliado seguramente porque isso acontecia sempre. Mano Nunes é aquilo que o jargão técnico dos advogados chama “uma testemunha imbecil”, mas que o Novo Código Penal renomeou como, e cito, “um consumo injustificado de oxigénio”.
O processo teve, pelo menos, o mérito de reconciliar o presidente do FC Porto com a devoção religiosa que os seus biógrafos tanto aclamam. Ontem, no Rádio Clube Português, lá falou da santinha da Ladeira, da virgem dos descamisados e dos sonos perturbados por pesadelos inclementes que estarão guardados para os seus críticos. Esperava mais. Pinto da Costa parece ter perdido a verve de outrora, a habilidade inigualável para baralhar qualquer discussão e reapresentá-la subordinada à sua argumentação (lembram-se como a penhora fiscal de 1995 se tornou o gozo da nação com a retrete do ministro Catroga?) O presidente do FC Porto fez lembrar a donzela medieval que, colocada perante a inevitabilidade de passar pelos garfos do vilão, lhe lembrou que ele poderia tomar-lhe o corpo, mas nunca o espírito e a mente. Humm? Então, está bem!
Se me permitem a expressão de um desejo, gostaria de ver Pinto da Costa livre deste processo pouco sério em que se tornou o Apito Dourado. Livre desta Carolina que, como Leonor Pinhão ajuizadamente lembrou, não é moça para mentir às três pancadas. (No caso dela, proponho apenas uma, seca e forte, na nuca, como se faz aos coelhos.) Dizia eu que espero ver Pinto da Costa absolvido desta acusação fundamentada com saliva. E, depois, já livre, mas seguramente chamuscado pelo caso, espero vê-lo abdicar pelo próprio pé de qualquer cargo no futebol português. A bem do seu legado.
E, já agora, para ver se o Sporting ganha uma me**da qualquer.

sexta-feira, março 14, 2008

Elaborando (ainda melhor) a proposta de segunda-feira


Há quem defenda erradamente que uma equipa de futebol profissional se limita a uma manada de animais de carga sem brio nem honra, bestas de trabalho só despertáveis à força do chicote e maus tratos. Essa perspectiva, reconheçamos, é ridícula, e eu tenho lutado muito por combatê-la.
A escola de pensamento que perfilho é bem diferente: uma equipa de futebol engloba um caleidoscópio de sensibilidades e talentos únicos, delicadas plantas exóticas que devem ser podadas cautelosamente pelo mais cuidadoso dos jardineiros. Como todos sabemos das nossas leituras de Goethes Naturwissenschaftliche Schriften, mesmo o mais resistente morrião-dos-xistos não sobrevive à geada. (Refiro-me, claro está, à edição de Weimar, Abtheilung II e nunca, como poderiam supor os mais distraídos, a Über die Anordnung der naturwissenschaftlichen Schriften Goethes. Aliás, seria preciso ser muito tolo para confundi-las!).
Ao invés da metáfora do empedernido condutor de uma junta de bois, que só se faz respeitar com recurso à força bruta, o treinador da equipa profissional de futebol é, a meu ver, um pediatra dedicado, que passa pó-de-talco apaixonadamente no nalguedo assado dos seus jogadores, que encosta os lábios no abdómen dos petizes e sopra vigorosamente, imitando o barrido de um elefante. E Paulo Bento é – não o neguemos – esse homem.
As estatísticas não mentem: um em cada quatro portugueses sofre de varizes. E isso reflecte-se naturalmente na marcha periclitante da nação, que coxeia quando deveria marchar, que arqueia quando deveria esticar, que tem até dificuldade em retirar a arreliadora cueca insolentemente enfiada na gaveta. Que tem isto a ver com o futebol do Sporting? Talvez muito. Talvez pouco. Mas parece-me significativo.
Que se renove já o contrato do Paulo Bento – é o que eu sugiro.
Pelo menos, até segunda-feira à noite.

segunda-feira, março 10, 2008

Elaborando melhor a proposta de ontem


Quando se discute uma equipa de futebol, utiliza-se normalmente a metáfora de uma orquestra, repleta de artistas, sensibilidades estéticas e harmonia criativa. Nesta escola de pensamento, jogadores e treinadores são descritos como maestros e violinistas; os jogos transformam-se em óperas ou sinfonias; os golos são notas de encantamento, como se tiradas da lira de Orfeu.
Pessoalmente, defendo outra escola de pensamento: o plantel de uma equipa profissional resume-se a um conjunto de juntas de bois, como o magnífico animal do postal de cima (o animal da esquerda, claro está; o da direita parece impróprio para consumo!)
Animal obstinado, o boi de raça mertolenga desta história viveria satisfeito se dividisse os seus dias pelas tarefas de comer, dormir e ocasionalmente galgar o quadril de uma charolesa mais apetitosa. Infelizmente para ele, o seu desempenho é coordenado pelo condutor da junta. Da natureza e autoridade do condutor resulta naturalmente o sucesso do projecto.
Paulo Bento foi, durante época e meia, um razoável condutor da manada que veste a inimitável malha verde e branca e a que alguns teimam em chamar plantel. Impôs – com ou sem razão – a sua autoridade. Fez estalar o chicote quando achou que podia, escolhendo uma ou outra vaca sagrada (chiquíssima, a analogia! Chiquíssima!) como exemplo. Afastou os bois (e, no caso do Carlos Martins, o nome aplica-se com parcimónia) mais indolentes. E, durante ano e meio, entre Outubro de 2005 e o Verão de 2007, foi respeitado.
Um dia, porém, o boi compreende que a vida é particularmente injusta, na medida em que é ele que alomba diariamente, ao passo que o condutor assenta a ginja na junta e deixa-se alegremente conduzir. Nesse dia fatídico, a que os marxistas chamam apropriadamente a tomada de consciência, o boi revolta-se. Amolece. Deixa de marchar. Por muito que o chicote lhe estale no lombo, já não surte efeito. O respeito esfumou-se.
Nesse momento decisivo, há duas hipóteses: despachar o condutor ou despachar as animálias. Como qualquer Sousa Veloso reconhece, é muito mais fácil – e barato – trocar de chicote do que de bestas de cargas.
E amanhã, com outro tipo de liderança, a manada compreenderá que terá de se mexer pesadamente outra vez…

domingo, março 09, 2008

Obviamente, demitam-no!

quinta-feira, março 06, 2008

Onde estão o Milan e o Celtic?

Se há coisa que me irrita é aquela velha questão de uma mentira mil vezes repetida acabar por ser verdade. E há duas "verdades" inverdadeiras que perseguem os sportinguistas como um condenado às galés, proferidas por prosélitos de outros clubes: a de que o Sporting é uma vergonha nacional sempre que vai às competições europeias e que, há três anos, não fez nenhum ponto na fase de grupos da Liga dos Campeões; e aquela de que, na última vez que foi campeão nacional, o Sporting contabilizou (já li e ouvi diversas versões) entre 22 a 25 grandes penalidades a seu favor. Revejam os manuais e regressem às aulas para que seja reposta a verdade dos factos.
Mas a razão de ser deste post tem a ver com as competições europeias deste ano, independentemente do que acontecer na eliminatória com o Bolton. Gozaram-nos, sobretudo os "encarnados" porque, uma vez mais, não passámos da fase de grupos da Champions, a despeito de nos ter calhado em sorte clubes como o Manchester United e a Roma - que, diga-se, sofreram a bom sofrer em Alvalade. Mas não deixa de ser curioso que nesta fase, o Man. United e a Roma estejam nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, ao passo que as equipas que passaram no agrupamento do Benfica - Milan e Celtic - já ficaram pelo caminho. A verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima.

quarta-feira, março 05, 2008

Auto-promoção descarada



Revista "J" de 2 de Março de 2008. Também tem a Sara Kostov na capa, mas acredito que os leitores leram sobretudo esta referência. Antes que nos acusem de compadrios e arranjinhos, afianço que a referência não foi paga. Quer-se dizer: mandámos a Sara Kostov de brinde ao director de "O JOGO", mas, tirando isso, não subornámos ninguém. Aliás, ele foi muito simpático e mandou-nos um cartão, onde se lia em letra tremida "Tomei conhecimento", como fez o Telmo no Ministério do Turismo.

Agradecimento ao El Pibe pela referência e pela imagem. Mal a Sara se arranje, já ta mandamos também, El Pibe.