Vitorino Bastos (1950-2006)
Até sempre, campeão.
Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.
Hola! Estou no México. E, uma vez mais, a tratar de dignificar o futebol portugues (desculpem lá, mas por aqui os teclados nao tem todos os acentos). Como sabem, os mexicanos sao apontados como os nossos maiores rivais no grupo, pelo que decidi meter-me a caminho e arranjar uma forma de lhes debelar as forcas, se nao físicas, pelo menos morais. Depois de calcorrear o país, encontrei a seleccao concentrada numa localidade chamada Vanalamierda. O nome, que no dialecto azteca significa "pequeno abutre que devora cetáceos", inspirou-me subitamente. Subornei o cozinheiro com pouco mais de dez mil pesos e pedi-lhe para substituir todos os tacos, enchiladas, tortillas e afins por outro tipo de comida - sardinhas assadas, rojoes, tripas a moda do Porto, cozido a portuguesa e vinho tinto da marca Benfica.
Conversas entre o ex-árbitro Pierluigi Pairetto e Luciano Moggi, director desportivo da Juventus, acordando árbitros amigáveis para jogos da Juventus. Pairetto, recordo, tinha funções nos comités de arbitragem da Liga Italiana e da UEFA. São horas e horas disto. Obviamente, não há corrupção. São meros diálogos entre gente que se gosta, como diria o Chico Buarque.
Chegou a divertida altura do ano em que os governantes divulgam os seus rendimentos anuais e a imprensa séria e competente os escarrapacha nas folhas de jornal. Para além da imprensa séria e competente, o Diário de Notícias também o fez este ano, motivo pelo qual fiquei a saber quanto ganham e quanto investem os ministros da República.
Os Patrícios, os Lusitanos, os Magriços.
Há algumas semanas, o Pedro Neto, do blog Encarnados, deu o pontapé de saída para um debate que me interessa sobremaneira. Diz o Pedro que nunca o ódio contra o Benfica foi tão exacerbado, tão intenso. Tenho produzido intensa investigação sobre o tema [falta-me apenas o aval da Fundação para a Ciência e Tecnologia para realizar três dissecações de adeptos do Benfica] e creio que posso dar um contributo sério e racional ao debate. Em reflexão, talvez não seja sério, mas racional será com certeza.
Alkmaar, 5 de Maio de 2005.
Koeman faz-me rir. Mas, reconheço, já lhe achei mais piada. Dá-me prazer recordar, nas conferências de imprensa depois dos jogos, aquele ar acabrunhado de doninha-almiscarada para justificar as decepções que lhe vão na alma, as desculpas esfarrapadas e o número de vezes que atirou a toalha ao chão para no dia seguinte inflectir o discurso. Koeman até me parecia, inicialmente, um tipo simpático: sorriso bonacheirão, bons modos, casaco de bom corte a condizer com a gravata, aquele ar de lagosta suada que tão bem fica nos europeus do norte. Parecia um “gentleman e cultivava o mesmo “fair-play” que lhe reconheci enquanto jogador. Ficou-lhe bem, mesmo que à força de uma evidência incontestável, ter reconhecido a superioridade do Sporting no “derby” da Luz, mas depressa lhe passou a lucidez e a coerência. Koeman ficou desorientado, agressivo, irritável e irritante. E teimoso que nem uma mula – sem ofensa para os quadrúpedes.