Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

terça-feira, janeiro 31, 2006

O Vírus Venâncio

Pedro Venâncio era um jogador mediano. Não saltava especialmente bem. Não era particularmente veloz. Não se salientava pela tenacidade com que defendia. Nem pela inteligência de processos. Fora do campo, era tristonho, acabrunhado, escondia-se dos holofotes. Se Venâncio fosse um animal, seria um gnu dissimulado numa manada do Serengeti. Um entre a multidão. Nada nele chamava a atenção.
É certo que fizera parte de uma geração inigualável da formação do Sporting. Em 1982, a selecção nacional de sub-18 participou no Campeonato da Europa, na Finlândia, com um onze-base em que pontificavam oito (8!) jogadores do Sporting. Ralhou-se de inveja com o seleccionador. Que não podia ser. Que era de mais. Mas a verdade é que, naquela fornada de jogadores portugueses, os melhores talentos saíram de Alvalade. Um tornou-se craque de dimensão planetária: Paulo Futre. Quatro não chegaram ao onze principal sénior do Sporting, mas tornaram-se razoáveis jogadores de I Divisão: Germano (que se destacaria no V. Guimarães); Eugénio (no Farense); Ferrinho; e Sérgio Louro, esse mesmo, o guarda-redes mentecapto da Baixa da Banheira.
Os restantes três foram integrados no plantel sénior e somaram pelo menos cem jogos de leão ao peito. Eram Morato, Fernando Mendes e… Venâncio.
Venâncio, repito, não era um fora de série. Pontualmente, lá arrancava uma exibição de arregalar o olho: a eliminatória com o Nápoles (0-0); o jogo de Alvalade com o Inter (0-0); um jogo bestial nas Antas (0-1). Mas, na maior parte das vezes, era por ele que a corda partia.
Já no ocaso, Venâncio celebrizou-se pela pior razão. Não havia jogo com o FC Porto em que o central do Sporting não fosse toureado pelo búlgaro Kostadinov. Um, dois, três golos! Dezenas de fintas. Driblado em velocidade. Ultrapassado em astúcia. Nos duelos com o central do Sporting, Kostadinov levava o rabo e a orelha para a casa.
À medida que o registo se acumulava, pior era! Venâncio entrava a medo, sem ganas. E mais uma finta. E mais um golo. A faena tornava-se penosa, humilhante, imprópria para menores. Quando Kostadinov pedia a bola junto à linha para duelos individuais com Venâncio, Alvalade deixava de respirar. Calava-se antevendo a desgraça. As pernas do defesa vacilavam, as do avançado tremiam de ansiedade. No edifício que era a equipa do Sporting, Venâncio era o alicerce de gelatina. E o edifício ruía.
Um dia, Pedro Venâncio pediu para sair. Do jogo e do Sporting. Saiu sob apupos, mais de uma década depois de ter entrado. Nunca o admitiu, mas deve ter transposto o túnel do velho estádio com um suspiro de alívio: dali para a frente, o búlgaro só o ultrapassaria em pesadelos!
***
No passado sábado, Liedson juntou mais dois golos ao seu total acumulado em jogos com o Benfica. Já lá vão 6. Três no ano passado (dois para o campeonato e um para a taça) e mais três este ano (todos para o campeonato). Em comum nas partidas em causa, esteve Luisão, o vírus do Benfica.
Entendamo-nos: Luisão não é mau central. Não é o Bobby Moore que os adeptos do Benfica querem fazer crer, mas não é mau central. Está seguramente na minha lista dos três melhores defesas do campeonato. Simplesmente, Luisão sofre do vírus Venâncio. Se tiver de marcar Liedson, fará um jogo quase imaculado. O “quase” é o golo que Liedson marcará.
Na Luz, no passado Sporting, Liedson entrou para a lenda do «derby». É certo que não chegou para “A Bola” desenterrar as notas 9 ou 10 que destina apenas aos predestinados do Benfica. É um critério, com certeza – faz parte do regulamento interno do jornal. Mas o que Liedson fez a Luisão no lance do segundo golo não se apaga. Até a mim me custou ver e nem foi no meu cachaço que a bandarilha foi cravada!
A Luisão, deparam-se agora dois caminhos: um, o mais fácil, é a invenção de um lesão da próxima vez que tiver de subir ao mesmo relvado de Liedson. O outro, mais penoso, é jogar como se nada fosse e aguardar pela próxima ferroada. Deste cantinho, desejo ardentemente que Luisão suba novamente à arena. É que o espectáculo sem o meu touro preferido perde algum encanto! E, para variar, o touro pertence ao vizinho.

Leituras Recomendadas

No Apre, vale a pena ler "O Derby - 'Se' Versus 'Quando". Aqui.

Não deixem de passar pelo Quatro, quatro, dois para ler "Quem Fala Assim Não é Gago". Aqui.

Como sou faccioso, delirei com "Padrão" no Bnr B. Aqui.

E ainda recomendo "Explicações Científicas". Aqui.

Boas risadas.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Tanta pena

Embora haja seis milhões (ou muito mais) de rostos fechados e olhar acabrunhado, sente-se alegria no ar. A felicidade e o bem-estar andam à solta - a neve que caiu em Lisboa foi um bálsamo para lavar a alma. Eu próprio, ao olhar para a minha janela, fiquei incrédulo: estava mesmo a nevar! Fui para o quintal para sentir o ar fresquinho e ser agraciado com uns quantos farrapos de neve. Só ao fim de cinco minutos me apercebi, com ar constrangido, que não era neve que estava a cair.
Acreditem: ontem não nevou em Lisboa, eram penas que andavam no ar...

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Horóscopos

O meu horóscopo, publicado na revista "Pública" de domingo, não podia ser mais esclarecedor: prepare-se para uma excelente semana profissional.
Admito que estas palavras não largavam a minha mente, ontem, enquanto esperava pacientemente pelos veículos da Brisa, da Brigada de Trânsito e dos Bombeiros para me desencarcerarem do meu carro, depois de animadas piruetas na auto-estrada do Algarve. É certo que tive sorte, arrepiadora sorte!, daquele tipo de sorte que só se tem uma vez, mas isso não desculpa a "Pública".
Felizmente, o horóscopo também dizia que eu seria infeliz ao jogo. Pela sarcástica lógica de raciocínio, há então excelentes possibilidades de o Sporting ganhar amanhã na Luz. Só peço que o façam com um pouco menos de ziguezagues. Por ora, fiquei farto de cambalhotas.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Wenderlizado

O Megafone revelou, em primeira mão, o tratamento de choque que os sportinguistas deveriam ter dedicado ao Wender depois da gracinha do Braga-Sporting. O que os leões têm de acanhamento sobra aos vimarenenses em ousadia. E o resultado está à vista. Aqui (com a devida vénia).

Criatividade, pede-se! De preferência antes do Sporting-Braga da segunda volta...

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Gostaria de ser Cristiano Ronaldo

São muitos os futebolistas portugueses formados no Sporting que se encontram espalhados por equipas da primeira liga. Alguns menos afortunados, ou que não souberam rodear-se das pessoas certas nas horas certas, militam até nas segundas e terceiras divisões do país, ainda hoje sem perceberem como o destino lhes trocou as voltas. Lamentavelmente, na perspectiva sportinguista, as fornadas que têm saído das escolas de formação já não se encontram em Alvalade, para gáudio de portistas e benfiquistas que têm como ídolos, por exemplo, Quaresma e Simão. Outros exemplos, com Figo à cabeça, lá vão destilando o perfume do seu futebol por essa Europa fora. Seria fastidioso enumerar a quantidade de jovens que saíram de Alvalade e que, hoje, se encontram nas mais diversas paragens – Futre, que um dia quererá ser presidente do Sporting, foi um dos maiores iniciadores desta sangria.
Um dos mais recentes exemplos daqueles que foram «feitos» em Alvalade dá pelo nome de Cristiano Ronaldo, que mal deu tempo para que os adeptos apreciassem as suas qualidades. Situação vagamente semelhante só com Luís Boa Morte, que nunca ninguém viu jogar na primeira equipa e já tinha sido transferido para o Arsenal. Bom, mas detenhamo-nos em Ronaldo: todos conhecem o seu percurso, todos assistiram à sua afirmação como uma estrela à escala planetária dentro e fora dos relvados, todos comungaram com ele as lágrimas de raiva que verteu no final da malfadada final do Europeu de 2004.
Ronaldo tem uma legião de fãs e eu, mais que admirador do seu futebol, gostaria de ser como ele – e não, não se trata de qualquer complexo edipiano nem de qualquer sexualidade mal assumida. Mas, atenção, não gostaria de ser Cristiano Ronaldo por estar a jogar num dos maiores colossos do futebol mundial, não gostaria de ser Ronaldo para ser expulso com regularidade, não gostaria de ser Ronaldo para me «pegar» com Van Nistelrooy. E também não gostaria de estar com regularidade nas capas das revistas cor-de-rosa com a frequência que ele surge.
Pronto, admito que gostaria de ser Cristiano Ronaldo se ganhasse um terço do que recebe por mês do Manchester. Até admito que não me importaria rigorosamente nada de, como rezam as revistas socialite, ter um caso com a Merche Romero (se bem que a Soraia “Padre Amaro” Chaves tem mais o perfil moral que me convence). Certo, também gostaria de ter envergado a camisola do Sporting a jogar à bola a sério, como Ronaldo.
Mas, acima de tudo, gostaria mesmo de ser Cristiano Ronaldo para fazer o mesmo gesto que ele fez no estádio da Luz, dirigido para a ululante turba benfiquista – são gestos nobres como este que engrandecem o carácter de uma pessoa.

sábado, janeiro 21, 2006

A tragédia deste Sporting...

Dez jogadores em campo podem, mas não sabem. Apenas um (Sá Pinto) sabe, mas já não pode.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Tinta Invisível

No Sporting, a atribuição do prémio Stromp costuma ser pior do que o tradicional beijo da morte dos mafiosos italianos. Tradicionalmente, o feliz contemplado com o galardão do futebol marcha no ano seguinte para outro emblema, tão cioso da causa leonina como do primeiro par de sapatos.
Ainda cheguei a propor, numa roda de Stromps, que se atribuísse, com grau de urgência, o galardão ao Rodrigo Tello, na esperança de que o desengonçado defesa esquerdo seguisse a corrente e desaguasse noutro clube. Debalde. Ninguém me escutou.
Hoje, sinto-me no direito de propor um corte radical com a tradição.
Os estatutos do Sporting limitam a entrega do prémio a personalidades do mundo leonino, cuja actividade atlética, técnica ou directiva os tenha notabilizado na época anterior. Mas se lerem as letras miudinhas, inscritas no verso do documento fundador com sumo de limão, encontrarão outro tipo de informação. Há quem diga que isso não tem fundo de verdade, pois necessitaria de validação científica. Recomendo vivamente que não faça caso dessa gente. São pessoas que dizem qualquer coisa para atrair a sua atenção!
Submetendo, dizia eu, os estatutos ao calor de uma combustão, é possível ler aquilo que os membros fundadores queriam efectivamente dizer. E o resultado é perturbador. No verso da primeira página, por exemplo, são identificáveis mensagens provocatórias: "Os orks do Cosme Damião estão podres de bêbados", lê-se distintamente no documento.
"E quem não salta é sifilítico" ou "Na farmácia Franco fundou-se um clube que não paga ao banco" são outros exemplos de cânticos que, por um motivo ou por outro, não pegaram em 1906. Enigmática é a mensagem “O neto do visconde vai dar cabo disto daqui a 90 anos!”. Ou mesmo a proclamação “Tânia love G Machine”.
No capítulo das relações do Sporting com as outras colectividades, então, é evidente a discrepância entre o texto dos estatutos conhecidos e as revelações secretas escritas em sumo de limão. Onde o texto fundador advoga uma colaboração franca e sã com todos os agentes desportivos, o texto secreto acrescenta: “Um bom tripeiro é um tripeiro empalado”. “Em cada sócio do Sport Lisboa há um proxeneta”. E “o presidente do Nacional da Madeira daqui a 100 anos vai ser um alternadeiro”.
As informações que agora revelo comprometem um tudo-nada a imagem impoluta com que os fundadores do Sporting passaram à posteridade. Pessoalmente, acho que há grande nobreza nos insultos gratuitos e anónimos. Difamar alguém abertamente é um acto rotineiro. Escrever insultos em sumo de limão nas costas de um documento é obra de artesão, que merece aplauso e vénia. Que atire a primeira pedra aquele que nunca utilizou um pseudónimo na blogosfera para difamar o vizinho.
Bem me parecia…
Revelações destas levam-nos a repensar o clube. Ou, pelo menos, levam os leitores a repensar se voltarão a navegar por este blog. O que é saudável, só por si.
Ciente destas revelações extraordinárias, creio que está na altura de pensar seriamente em quebrar a tradição. Chegou a altura de homenagear uma personalidade que, embora não trabalhe no clube, tem ajudado imenso o Sporting e prejudicado brilhantemente o Benfica. Não me refiro a José Veiga, bem entendido, embora o percurso do anónimo accionista do Estoril o torne um bom candidato ao prémio a curto prazo.
Creio, dizia, que Marco Aurélio já fez mais do que suficiente para ganhar o seu Stromp. Raro é o jogo com o Belenenses em que o Marco não dá um contributo vital para a nossa causa. Ele é uma estirada ligeiramente atrasada. Ele é uma saída a destempo. Ele é uma reposição de bola deficiente. Como grande artista, o Marco esforça-se por dar a entender que os erros são fruto da distracção ou do infortúnio. Ora, ora, Marco. Ninguém é assim tão azarado.
O mais meritório desta atitude do Marco é a sua abnegação quando chega a altura de defrontar o Benfica. O guarda-redes do Belenenses guarda para essas noites as exibições da época. Voa, salta, esbraceja, empurra como se desse jogo dependesse um título. Defende com a perna, a mão, o joelho ou o ombro. E normalmente assegura pontos.
O Marco é o nosso joker, a arma secreta, o agente infiltrado nas linhas inimigas. Ele é o nosso Pina Moura, ministro português à superfície, mas agente camuflado dos interesses espanhóis. Por isso, senhores Stromps, recompensem este homem. E lembrem-se da estranha profecia inserida invisivelmente nos estatutos:
“E das brumas virá
um guarda-redes singelo.
Com os seus frangos ajudará
a ganharmos no Restélo.”
(o acento agudo procura diminuir os danos provocados pela poética rude dos nossos fundadores).

terça-feira, janeiro 17, 2006

A Irmandade

Há décadas que os sociólogos se martirizam com uma questão insolúvel: para onde vai um árbitro quando se reforma? Onde se esconde? Será que, como os lemingues, caminha em fila indiana em direcção a um precipício? A ideia é reconfortante, mas, hélàs, é falsa.
É inaceitável que o árbitro, habituado a pavonear-se no relvado com um galo, cioso do seu decisivo papel, tenha de regressar ao anonimato da sociedade civil. Ele, que comandou as paixões de milhares de pessoas, não pode ser levianamente remetido para o fim das filas de supermercado, para o anonimato das listas de espera dos hospitais. Ele, que teve o mundo preso pelo som do seu apito, não pode ser atirado de volta para o seio da gente simples, da gente bruta, da gente rústica.
Aproxime-se, leitor. Chegue-se mais próximo do monitor, pois vou sussurrar um segredo… Eh lá!… Tanto, também não, que já fiquei cheio de perdigotos.
Os árbitros, dizia eu, formam uma irmandade secreta, um ramo da maçonaria dedicado aos desportistas. Já reparou que nunca mais ninguém viu Veiga Trigo? Ou Carlos Valente? Ou Mário Leal? Não acha estranho? Numa sociedade perfeita, eles teriam sido devolvidos à dependência bancária ou à lezíria alentejana de onde foram resgastados, mas não… Eles desapareceram da face da Terra.
A perturbadora verdade é esta: quando se reforma, um árbitro retira-se para o esconderijo secreto da irmandade, no subsolo das cidades. Foge do escrutínio dos cidadãos-adeptos e recusa que o vulgar apaniguado da bola o veja, decadente, barrigudo. Gasto. O rosto que envelhece. A visão que se deteriora (mais ainda....). O cérebro cada vez menos perspicaz (menos ainda...).
Dir-me-á o leitor mais desconfiado: e Coroado? Continuamos a levar com ele anos depois da sua abençoada reforma. Continuamos a escutar as absurdas explicações das “glândulas mamilares” como causas para evidentes mãos na bola. Infelizmente, Coroado não foi aceite pela irmandade. Depois de metaforicamente morto para a arbitragem, ficou no purgatório intermédio – demasiado idiota para o mundo dos vivos, demasiado maçador para o mundo dos ex-árbitros. Valeu-lhe a TVI, que lhe pegou. Não é por ser idiota e maçador que um fulano não tem lugar na estação. Vejam o caso do Manha. E do Sousa Martins. E de tantos, tantos outros.
Nesta irmandade, descobri, é ponto de honra que só entra quem tiver largamente ajudado o Benfica. Não basta um servicinho isolado, coisa circunstancial, tipo Paraty no Benfica-Sporting do ano passado. É preciso prestar serviços relevantes à causa para ter acesso a esta galeria subterrânea.
Ah, senhores, a vida no subsolo é encantadora. E é vê-los, ao fim da tarde, trocando velhas histórias de proezas, como pescadores reformados das fainas do mar do Norte.
“Eu, uma vez, marquei dois penalties seguidos em Alvalade a favor do Benfica”, diz um, mais velhote. “É que o malandro do Nené falhou o primeiro.” Todos se riem.
“Cá a mim, nunca me enganavam. Gamei tanto, tanto, tanto em 1993/1994 que até me convidaram para o jogo de honra, na Luz, para festejar o campeonato”, lembra outro, com sotaque de Setúbal.
Mais gargalhadas.
“Uma vez, o Sporting acabou com nove jogadores na Madeira, contra o União, graças aqui ao menino”, gaba-se um terceiro.
“E eu, eu? Uma vez, apitei um Estoril-Benfica no Algarve e fui tão fanático, tão fanático, que até calcei as botas dadas pelo roupeiro do Benfica. E não descansei enquanto o Estoril não ficou com nove em campo!”
Peramte a epopeia do Benfica-Académica de domingo passado, não me custa a acreditar que o jovem Artur Soares Dias já tenha arranjado lugar cativo nesta irmandade. Imagino-o no futuro, velho e macilento, de cabelo esbranquiçado destacando-se numa roda de reformados, presos a cada palavra da sua narrativa: “Eu, uma vez, fui tão faccioso, tão faccioso, que inventei um penalty p’ró Benfica, tirei outro à Académica e ainda validei um golo irregular, marcado depois de um centro feito para lá da linha de fundo e efectuado por um jogador em fora-de-jogo. Os gajos da Académica até espumavam. Queriam ir embora. E eu, a rir por dentro, impassível. Apeteceu-me festejar com os Diabos Vermelhos, mas contive-me. Até parecia mal…”
Seguramente que, na intimidade desta sala privada, os colegas do artista não se privarão de um sentido hip, hip, hurra! E o ex-árbitro, limpando uma lágrima marota, agradecerá com voz trémula: “Só tenho pena de não ter ajudado mais. Ajudar o Benfica é dar de beber a um milhão de portugueses!”

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Bola Quente

Na véspera de um sorteio para as meias-finais da Taça de Portugal de hóquei em patins, os dirigentes do Sporting e do Benfica entraram em contacto com a federação. Por uma vez, os dois clubes lisboetas estavam de acordo: o jogo entre ambos seria seguramente a final desejada pelos adeptos e pelos cofres da federação. O problema? Havia dois clubes insulares entre os semifinalistas, tomba-gigantes inesperados, mas sem reais possibilidades de fazer frente ao duo da capital. Em causa estava a possibilidade de os desígnios da sorte levarem os clubes da capital a disputar os jogos nas ilhas, encarecendo desnecessariamente a eliminatória. Pior ainda: e se o sorteio emparelhasse Benfica e Sporting, estragando a final desejada?
Com esse dilema apresentaram-se os representantes dos dois clubes na federação. Não se podia deixar aos desígnios do azar uma coisa tão importante, queixaram-se. Seguramente que os interesses dos grandes são coincidentes com os interesses da Federação!
O responsável da federação pensou, pensou e chegou à solução. E se, horas antes do sorteio, as duas bolinhas com os nomes dos clubes da capital fossem colocadas no congelador? Chegada a hora do escrutínio, numa sala com representantes de todos clubes, ninguém daria conta de qualquer irregularidade. Bastaria que o funcionário designado para o sorteio estivesse por dentro da marosca. Assim se fez. E para grande infortúnio dos clubes insulares, a deusa da fortuna ditou que Sporting e Benfica receberiam os seus congéneres das ilhas.
Desconheço se o modelo vingou noutras modalidades, mas calculo que sim. O futebol não dá propriamente lições de seriedade a ninguém. Por isso, a menos de meia hora do sorteio da Taça de Portugal, espero sinceramente que alguém tenha colocado a bola do Sporting e a bola do Isento na arca frigorífica. Faça lá esse jeitinho, presidente Madail. E já agora, emparelhe também o FC Porto com o Benfica. O que é uma pequena marosca entre amigos?

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Douala no 4-4-2

Qualquer adepto do Sporting já se interrogou sobre os motivos para a disfuncionalidade de Douala. Ninguém, porém, tinha encontrado uma resposta convincente. O 4-4-2 propôs nova tese. Ver aqui (com a devida vénia).

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Depois do Vizela, Quem Vier a Seguir Morre...

Grrrrrrrr!
Vamos a eles, leões!

quarta-feira, janeiro 11, 2006

O Escolhido

Numa das épocas em que joguei basquetebol (em clube que prefiro omitir ao abrigo do Programa de Protecção de Testemunhas), havia dois candidatos para a posição de poste-baixo. Um era uma máquina de treino. Chegávamos ao pavilhão e ele já lá estava, equipado, a treinar mecanicamente. Era sempre o último a sair, cioso de um último lançamento, um último movimento que podia ser aperfeiçoado. Repetia exaustivamente todos os movimentos, treinava no limite, fiel à máxima de que é sempre possível melhorar graças ao treino.
O outro candidato ao lugar era praticamente o oposto. Faltava aos treinos, corria pouco e mal, realizava apenas os exercícios que lhe interessavam e troçava do treino colectivo. Em competição, porém, o “Baldas” (chamemos-lhe assim) era imprescindível. Toda a criatividade da equipa nascia da sua intervenção. Era o melhor marcador e o melhor ressaltador. Maldizíamos o destino, que distribuíra tão mal o talento, mas agradecíamos à fortuna que este homem jogasse na nossa equipa.
Chegado o fim de semana, adivinhem quem jogava… Naturalmente, o Baldas.
Escuto repetidamente vozes irritadas com Liedson, sobretudo desde as férias prolongadas do brasileiro em 2004. Seguramente que Liedson não é o jogador que melhor treina no plantel. Não é o mais dedicado, nem o mais profissional. Não é solidário com a equipa e tem o mesmo respeito pelos colegas que Luís Filipe Vieira dedica à gramática. Ou José Veiga ao código penal. É, pois, de enorme injustiça que seja Liedson o escolhido invariavelmente para jogar. Porém…
O futebol não se move por imperativos morais de justiça, nem por uma cadeia de mérito. Se querem ser premiados pelo mérito, alistem-se na função pública! (Estava a brincar. Mérito e função pública são contradições de termos).
O futebol, dizia, nem sempre é justo. Não ganha aquele que mais corre ou que mais remata. Da mesma forma, quando selecciona o seu onze, um treinador não deve apenas incluir aqueles que melhor treinam, que mais se sacrificam, que mais merecem. Até o pode fazer, mas arrisca-se a ser o profissional mais injustiçado da fila de inscritos do Centro de Emprego do seu bairro.
A verdade é esta: Liedson tem de jogar neste Sporting. Em 101 jogos pelo clube, o brasileiro já marcou 66 golos em todas as competições. Vou repetir o número para se aperceberem da sonoridade do feito: 66. Jardel marcou apenas mais um. Paulinho Cascavel não passou dos 49.Balakov quedou-se pelos 59. Iordanov parou nos 70. Barbosa apontou 51. Acosta, o matador, marcou 49. Atentem na estatística, amigos: quando passar os registos de Jardel e Iordanov, Liedson terá pela frente apenas os 81 golos de Jorge Cadete, também eles alcançáveis em mais alguns meses de competição. E terá realizado bem menos jogos do que os 203 do guedelhudo avançado.
Liedson, o artista; Liedson, o chico-esperto; Liedson, o Baldas, prepara-se para se tornar o melhor marcador do Sporting desde que Manuel Fernandes pendurou as botas. E creio que mesmo o mais rezingão critico do brasileiro reconhece que o molde que fez o Manel está irremediavelmente partido.
Mais vale, por isso, aproveitar o que há na dispensa e fazer orelhas moucas àqueles que, dos púlpitos de outros clubes, pedem um castigo exemplar para o brasileiro. Liedson é o escolhido deste Sporting do século XXi.
É injusto? Seguramente. Mas lembrem-se: no dia do jogo, entre o “Baldas” e a “Máquina de treino”, eu escolho o “Baldas”. É que eu gosto de ganhar…

terça-feira, janeiro 10, 2006

Freud e Outras Coisas Mais

Não posso afirmá-lo com certeza matemática, mas a palavra “ressabiado” deve ser a segunda mais utilizada na blogosfera futebolística portuguesa – a primeira é naturalmente “capanga”.
Não pode uma alma penada manifestar-se como antibenfiquista sem ser fustigado com dureza pela sua audiência. Nem Freud imaginaria tamanha legião de seguidores instalados nas bancadas de estádios portugueses. Surpreso? Experimente o leitor sugerir que a estalada do capanga de Veiga (lá está a palavra capanga!) não foi propriamente o acto mais elegante da história do Benfica. Logo se levantará um coro (ou coiro) de ayatollahs, que o tomará como infiel e que associará rapidamente traumas de infância à sua interpretação do caso.
Questione a aquisição de Marco Ferreira e logo verá como um grupo de verdugos se abaterá sem piedade sobre si, acusando-o de ter sido maltratado na infância. Sugira que os métodos de Veiga e Vieira se parecem um poucochinho com os gangsters de Chicago da década de 1920 e logo verá que, afinal, a sua posição deriva apenas de uma homossexualidade recalcada. Reconheça que os golos de Luisão resultam invariavelmente de entradas com os cotovelos que fariam os próprios visigodos corar de vergonha e logo tomará o gosto dos críticos, que lhe chamarão drogado, abusado, violado e por aí adiante.
(Abro um parênteses para dizer que, que me lembre, só fui violado uma vez. Eu e mais 30 mil pessoas. Foi num Sporting-FC Porto para a Taça, e o violador foi um árbitro chamado Mário Leal. Nesse jogo, reconheço, houve violação às claras. Ganhou o FC Porto por um árbitro a zero e a partida terminou com uma valente carga policial sobre os adeptos desarmados. Corria o ano da graça de 1992.)
Tenho, porém, uma novidade, meu primitivo amigo benfiquista. Admito que ela ainda não tenha chegado aí, à copa das árvores, onde o amigo pula e esbraceja, mas é verdade: a psicologia já abandonou Freud. Os traumas de infância não chegam para explicar tudo. O recalcamento sexual não ajuda muito a explicar a opinião dos críticos da aquisição de Manduca e objectivamente acredite que é possível questionar a direcção do Benfica sem ressabiamento, nem frustração. É possível e louvável.
Não lhe peço, meu primitivo amigo, que compreenda. Entretido que está a catar os parasitas do lombo do primata alfa, admito que a premissa lhe pareça absurda ou complexa. Limite-se a soltar um grunhido caso tenha percebido ou dois caso a névoa irrompa pelo seu engenho cognitivo.
Grr! Grr!
Esqueça.
E nuguum puru u Bunfuca! E nungum puru u Bunfuca!

sexta-feira, janeiro 06, 2006

O sorteio do Mundial

Já passou cerca de um mês sobre o sorteio relativo à fase final do Campeonato do Mundo. A sensivelmente meio ano de distância do torneio, já dá para fazer algumas conjecturas sobre o escalonamento dos grupos, apontar os favoritos, as surpresas e as decepções. O que vão ler a seguir é uma visão minha, pessoal e que não obedece a critérios lógicos. Pois, porque se tudo dependesse de mim, a Apaf não tinha vencido o campeonato da época passada.

Grupo A: Aposto na passagem da Alemanha e da Polónia. Os germânicos porque interessa à FIFA e os polacos porque mostraram na fase de grupos serem muito fortes. Se pudesse escolher, preferia a Costa Rica e o Equador, por motivos óbvios – gosto muito dos seus hinos nacionais.

Grupo B: Se a Inglaterra e a Suécia não passarem, será uma grande surpresa, mas acho escandaloso Eskilsson não fazer parte das preferências do seleccionador sueco. Não nutro especial simpatia pelo Paraguai nem por Trindade e Tobago, mas gostaria que Portugal enfrentasse os ingleses mais lá para a frente, num jogo equilibrado, com prolongamento e que tudo fosse resolvido por Ricardo, que defenderia quatro penalties sem luvas.

Grupo C: É o grupo mais equilibrado. Sempre gostei da Argentina e da grimpa dos jogadores das pampas e, por mim, já estava na final. Também gosto da Holanda, simpatizo com a Sérvia por ter obrigado os espanhóis a irem ao “play-off” e a Costa do Marfim pode surpreender. Aposto, no entanto, na Argentina e na Holanda.

Grupo D: É o nosso. Penso que os ditames do sorteio foram favoráveis, mas o México não pode ser desprezado. O Irão irrita-me e Angola também – preferia, de longe, que o Ruanda fosse um dos representantes africanos. Passam Portugal e México.

Grupo E: O mais equilibrado de todos e agrupa selecções de que gosto. Não aprecio equipas italianas, mas admiro a selecção. A República Checa merece um lugar de honra por tudo o que tem feito na última década, o Gana é a mais forte das equipas africanas e os Estados Unidos tornaram-se num caso sério. Numa decisão polémica, escolho os checos e os americanos.

Grupo F: Não gosto do Japão nem do Brasil. Torço, por isso, pela Croácia e pela Austrália, mas não creio que passem os dois. O Brasil não pode ficar pelo caminho por decreto divino, mas aposto na revelação Austrália – pela qualidade dos seus jogadores e pela cor dos calções.

Grupo G: É o grupo mais desprezível de todos. Não gosto de ninguém à excepção do Togo e, mesmo este, chateia-me porque tem um formato geográfico completamente imbecil. Mal por mal, preferia que passasse o Togo – os restantes que se matem uns aos outros.

Grupo H: Outro grupo que não me diz quase nada mas, pessoalmente, gostaria que a Espanha ficasse pelo caminho porque sim e porque são espanhóis. A Tunísia é-me indiferente, gosto da bandeira da Arábia Saudita e não me custa admitir que a Ucrânia até é simpática. Aposto na Ucrânia e na Tunísia; contra os espanhóis, marchar, marchar.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Um Colossal Manguito

Admito que sou muito tradicionalista e cioso das regras. Para mim, não faz sentido conceber as Doce sem o Reinaldo; a Festa do Avante sem o Janita Salomé; ou uma peça de teatro na Cornucópia onde se percebam todas as deixas e a acção decorra com nexo.
A tradição diz também que uma orgia só pode ser tida como tal se envolver pelo menos seis pessoas. Menos do que isso, terão paciência, não é uma orgia. É mera excentricidade.
As tradições são para cumprir, repito. Da mesma forma, subscrevo a tradição assente no elo insubstituível de confiança entre um clube e os seus jogadores. Quando um jogador quebra unilateralmente o seu vínculo ao clube, essa confiança estilhaça-se em mil pedaços, como uma área de serviço depois da paragem do autocarro dos Superdragões. Nem unguentos nem cola industrial repõem a firmeza da confiança desfeita em cacos.
Marco Caneira é um profissional de futebol de eleição. Já o era nos escalões de formação do Sporting. Com 16 anos, sagrou-se campeão europeu de sub-16. Estreou-se aos 17 anos na primeira equipa do Sporting, já talhado para uma grande carreira.
Aconselhado pelo aranhiço medonho que infestava então grande parte dos jovens profissionais do Sporting e Benfica (ler Paulo Barbosa), Caneira rescindiu unilateralmente o seu vínculo em 1998. Fê-lo, certo de que a indemnização a pagar ao clube formador seria sempre compensadora para qualquer emblema que o acolhesse. Escolheu a cama em que se quis deitar. Com as vantagens e inconvenientes associados à opção.
Ver e ouvir Caneira de regresso ao Sporting é um golpe terrível para tradicionalistas como eu, conservadores puros, daqueles, repito, que renegam as orgias se elas não incluírem seis elementos e pelo menos um bovídeo. De uma penada, o Sporting arrumou o diferendo com o jogador e com o empresário, encaixotando-o no baú das histórias ultrapassadas. Fez tábua rasa da opção mercenária do defesa. O que é uma pequena traição entre amigos, pois se o rapaz até é sportinguista?
Terão paciência os dirigentes da SAD, mas abriram-se perigosos precedentes com este gesto conciliatório. Para todos os jovens jogadores da Academia foi transmitida a mensagem de que uma rescisão unilateral não é necessariamente o beijo da morte do clube leonino. Se Caneira foi aceite (e ainda por cima, por seis meses e para dar força à carreira do menino, agora em risco de perder o Mundial da Alemanha), está aberta a porta para o regresso de todos os renegados. Do Paulo Santos ao Paulo Costa, passando pelo Alhandra e outros que tais, será um fartar vilanagem. Quem sabe se não reabilitam também o Futre e lhe oferecem a outra face?
Se eu tivesse um assobio estridente, seguramente que o Marco Caneira poderia contar com pelo menos um contestatário permanente no Estádio José Alvalade. Como não tenho, limito-me a fazer-lhe um colossal manguito por ondas hertzianas. A ele, ao empresário e ao urso do Carlos Freitas, que tarda em desamparar a loja! Os jornais enganaram-se: a estalada da semana não ocorreu no aeroporto da Portela. Foi dada em Alvalade e foi mesmo em cheio na face do leão!

domingo, janeiro 01, 2006

A Primeira Gala

A noite prometia. Os bloggers passaram pelos melhores costureiros e apresentaram-se garbosos e distintos. Algumas togas impressionavam pelo exotismo emprestado à festa. Muitos penteados deslumbrantes e algumas plásticas conhecidas compunham a audiência. Os candidatos apararam as unhas e removeram ramelas arreigadas como lapas aos globos oculares. Transpirava-se (e de que maneira) classe na grande noite. E, pasme-se, ao contrário da gala do jornal "A Bola", não se distinguiram apenas as personalidades associadas ao Benfica - do tratador da relva ao senhor-que-passa-o-lustre-nos-quadros-da-sala-de-imprensa-antes-das-conferências.
Esqueçam o fogo de artifício no Funchal e o concerto dos Xutos em Albufeira. A noite de São Silvestre foi claramente marcada pela apresentação dos prémios da I Gala de Blogs Futebolísticos Nacionais, uma organização do Bnr B que excedeu as melhores expectativas de participação.
Vaidosos como somos, tínhamos dois discursos preparados. Um, ácido e virulento, destinado a revelar todas as cabalas que nos tinham privado das distinções. Não deixaríamos pedra sobre pedra. Revelaríamos tudo nessa prosa inflamada - desde os almoços suspeitos no Canal Caveira aos erros evidentes de Inocêncio Calabote na década de 1950. Tudo está relacionado com tudo o resto, escreveu Lenine. E nós prová-lo-íamos em meia dúzia de linhas.
Afinal, por estranhos desígnios da fortuna, deram-nos votos a mais. E o discurso inflamado de protesto e escárnio ficará guardado para próxima ocasião. Provavelmente para o próximo sábado, depois do jogo do Sporting em Braga.

Sem mais demoras, apresentamos pois as listas de vencedores e menções honrosas de cada categoria. Aproveitamos, desde já, para apresentar recurso em todas as categorias em que não fomos mencionados. Nomeadamente, no melhor lay-out, onde tínhamos evidentes aspirações, em função do nosso design simplista e inserido na corrente do neobrutalismo que tem feito escola na blogosfera. Fomos ousados antes de tempo é o que eu posso dizer!

Blog do ano - 1.º BnR B – 11 votos; 2.º Livre Indirecto – 8 votos; 3.º Sector B32 – 6 votos; 4.º Terceiro Anel, Castigo Máximo e Quatro-Quatro-Dois – 3 votos

Blogger do ano - Da Rocha, do Livre Indirecto
Menções honrosas para este vosso servidor, para o Boloposte (do BnR B), para o Rotura de Ligamentos (do Castigo Máximo e do BnR B) e para o Peyroteo (do Tackle Deslizante)
Aproveito para dizer que tenho muita pena que o Apre, a escolha deste nosso cantinho, não figure na lista. É uma das injustiças inerentes a não pertencer a um dos grandes estúdios de Hollywood. Tradução: é o que dá ser adepto do Belenenses e não do Sporting, do FC Porto ou de outro grande que agora me escapa.

Revelação do Ano - Peyroteo, do Tackle Deslizante
Menções honrosas para Mãos ao Ar, BnR B, Castigo Máximo e Futebloguês
(muitíssimo bem entregue)

Lay-out do ano - Livre Indirecto
Menções honrosas para Terceiro Anel e BnR B.
(a tal cabala de que já falámos. Pior do que isso: já não me lembro em quem votámos)

Prémio do Público - Megafone
Menções honrosas para Terceiro Anel, Livre Indirecto, Bola na Área e Quatro-Quatro-Dois

Post do Ano - A Escala de Barbas
Menções honrosas para http://terceiroanel.weblog.com.pt/arquivo/2005/05/12/domingo_subject_64
http://tackledeslizante.blogspot.com/2005/11/le-god.html
http://bnrb.blogspot.com/2005/11/blogs-de-futebol-de-todo-o-mundo-uni.html
http://futeboldeataque.blogspot.com/2005/10/para-o-blog.html
http://nao-se-mencione-o-excremento.blogspot.com/2005/12/glorioso-sport-lisboa-e-benfica.html

Foi, julgo, o grande momento da noite. A modelo Rute Marque saltou para os nossos braços, mas isso não foi propriamente novidade. Ela repetiu o gesto com todos os premiados e até com dois valets que traziam as chaves dos carros.
Da bancada esquerda, levantou-se um coro de protestos, acusando-nos de revisionismo e de laxismo. Da bancada direita, chamaram-nos salazaristas (palavra) e censuradores. Para todos sorrimos com dignidade.
Com a graciosidade de uma libélula pisando nenúfares, segurámos o troféu (uma verdadeira peça de artesanato das Caldas), osculámos a face pilosa do nosso Barbas, evitámos à justa uma navalhada do Jorge Máximo e gritámos a plenos pulmões: Para o ano há mais.

Votos de um bom 2006 a quem nos lê!