Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Tanto tempo...

Em Minsk, em 1984, chorei baba e ranho, mas perdoei o Carlos Xavier.
Em Nápoles, em 1989, custou-me muito, mas foram tantos os que falharam (Luisinho, Marlon e Gomes) que nem consegui canalizar a raiva para um único culpado.
Na Luz, em 2005, chamei tudo o que me ocorreu ao Peseiro por deixar o Ricardo no banco e jogar com o... Tiago na baliza.
No Dragão, em 2006, deixei que alguém pusesse a morada e contactos do Olegário Benquerença neste blogue como agradecimento pela gentileza de termos ido a penalties.

No ano da graça de 2007, por fim, o Sporting ganhou um desempate por grandes-penalidades num jogo oficial. É mais engraçado do que perder, admito. E agora quero ver quem tem coragem de dizer que os 2,5 milhões de euros que pagámos pelo João Alves foram mau investimento.
Aquele abraço, João. Eu sabia que, um dia, ainda serias útil.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Ebastina micronizada para inibir a histamina

É verdade, o jogo de ontem foi tão intenso, tão intenso que me poderia facilmente ter provocado um daqueles entorses do miocárdio de que a gente ouve falar nas notícias. Aliás, um primo meu, que tem diabretes de tipo 1 e precisa de estar sempre a injectar ursulina, parece que já teve um e diz que dói um bocadinho – o entorse, não a ursulina, porque a essa ele já está habituado.
Não foi o frango medonho do sérvio que me enervou. Nem sequer as prestações vergonhosas dos Farneruds, Purovics, Gladstones e coisas assim que a gente por lá tem. Nem mesmo o esforço meritório dos jogadores do Vitória, embora eu prefira sempre jogar com eles mais para Dezembro, quando os ordenados já estão em atraso, os convocados já viajam para o estádio adversário no dia do jogo e a direcção já só tem crédito para pagar uma sandes de croquete numa área de serviço – parecendo que não, ficam um bocadinho mais vulneráveis.
Quem percebe minimamente de futebol sabe perfeitamente qual o factor decisivo para a definição dos resultados: a superstição primária. Isso, de ter bons jogadores e tácticas arranjadinhas, está muito bem para quem gosta de lei e ordem, mas não ganha jogos. A superstição, sim. Sobretudo, se for arquitectada com método.
Ontem, infelizmente, a minha superstição caiu por terra, despedaçada por um adversário aparentemente invencível. Toda a gente sabe que o Sporting não ganha jogos em casa se, ao intervalo, eu não for diligentemente retirar um pacote de M&M amarelos da máquina em frente à porta B04. É matemático e não falha. Tempos houve em que eu tinha de levar a camisa da sorte p’rá bola, ou engolir três bolas de sorvete de uma vez, para ganharmos jogos, mas isso, podemos reconhecê-lo, era bastante estúpido. Agora, a superstição dos M&M era certinha.
Na semana passada, estive fora, pelo que não vi o jogo com o Manchester. Voltei em grande estilo a Portugal horas antes do jogo com o Vitória. Ora, há quem traga recordações exóticas das suas estadias no além-mar. Eu trouxe uma alergia alimentar. Com os lábios do mesmo tamanho das beiças da Angelina Jolie e mais chagas no corpo do que aqueles leprosos que a gente via no Ben-Hur, quando a RTP passava os especiais de Natal, apresentei-me ao serviço no estádio. É verdade que, quando a gente tem a cara repleta de postulas e precisa urgentemente de tomar ebastina micronizada para inibir a histamina, tem mais facilidade de furar filas para entrar no estádio, mas, mesmo assim, parece-me que preferia não ter postulas. Parece mais empolgante do que realmente é.
Eu não sou católico, nem acredito em nada. Da única vez que acreditei em alguém, uma ceguinha saiu do metro na Alameda, levantou os óculos escuros que tapavam a pseudo-cegueira e marchou, lesta, para a carruagem seguinte, depois de me extorquir quase 50 cêntimos. Nunca mais acreditei em ninguém – nem nos meus pais, nem nas cartas das finanças, nem no meu advogado de defesa, nem sequer no senhor juiz. Em ninguém! Tenho por isso alguma dificuldade em racionalizar o que me aconteceu: entre milhares de possíveis agentes alergénios, tinha de me sair o chocolate na rifa. Acabou-se a superstição do M&M.
Continuo a pensar que Deus não deve existir. Mas, se existir, é cansativozinho!

P.S.: Estou a cozinhar uma nova superstição. A partir de agora, o Sporting só ganha jogos se eu mordiscar um talo de couve, depois de o lavar num lava-louças de duas cubas, antes de cada encontro.

sexta-feira, setembro 14, 2007

O Grande Erro de Scolari

Scolari errou. E, não, não pensem que sou um falso moralista - eu, se pudesse, também gostaria de dar um murro no nariz do Dragutinovic. Na minha perspectiva, o grande erro de Scolari foi não ter dado, mesmo, um valente sopapo nos maxilares, uma enérgica cotovelada no nariz, uma real biqueirada nas canelas, um mero beliscão, que fosse, na jugular. Não no pobre coitado do Dragutinovic, que até parece um gajo porreiro, mas sim no brutamontes do Vidic. Podia ser que, assim, ele não jogasse na próxima quarta-feira em Alvalade.

terça-feira, setembro 11, 2007

Um dardo tranquilizante para o Mais Futebol

Sou um estudioso de notícias cretinas. Colecciono-as. Guardo-as ciosamente. É verdade que, nos jornais respeitáveis, as notícias cretinas escasseiam, mas felizmente não há muitos desses.
Por estes dias, tem havido pouco para escrever. Parece que a Mariza foi nomeada para um Gremlin, ou coisa assim, mas eu percebo pouco de música. Para esse tema, há vários especialistas em Portugal. E dos bons! Ora, não havendo bola a sério até ao próximo fim-de-semana, o Mais Futebol teve de se desenrascar. E juntou, num cocktail delicioso, ciência e desporto. Aqui
Nota-se, em primeira leitura, grande sintonia do autor com o tema. A prosa poderia – e deveria! – ter nascido da prodigiosa fonte de criatividade que é a taberna. Arrisco-me até a dizer que, no Mais Futebol, a mama recebe um tratamento mais digno do que aquele que a literatura normalmente lhe reserva. Basta lembrar que n’ “O Codex 632” José Rodrigues do Santos descreve secamente como a prostituta sueca se oferece para dar a provar ao herói o leite de mama, esse néctar dos deuses. Ora, leite de mama provámos todos – excepto o Nelinho da minha rua, que foi enjeitado. Não fazendo gala disso, é néctar que só entusiasma em dias de festa. Ainda hoje, no autocarro, uma senhora me ofereceu uma golfada, mas eu recusei porque enjoo com o movimento.
Ora, dizia eu, o Mais Futebol rompeu convenções literárias e restituiu dignidade à mama balouçante.
É dos livros que o recurso aos números ajuda a estabelecer a autoridade do especialista. Por isso, o repórter fuzila-nos com a perspectiva de “uns assustadores 21 centímetros” de mama balouçante na prática desportiva, um registo suficiente para vazar a vista a alguém.
E mais: “as mamas modernas balançam mais do que as antigas, que não ultrapassavam uns moderados 16 centímetros”, cita ainda o especialista. A bem da verdade, eu não sou perito nestas coisas da gravidade. Desconhecia até o horror dos rankings. Não vou ser ingénuo ao ponto de dizer que pensava que estava tudo bem no mundo da mama e do desporto. Evidentemente, havia no horizonte sinais preocupantes, que prenunciavam a tempestade mamilar, mas nunca cuidei que estivéssemos perante uma epidemia. É que cinco centímetros fazem a sua diferença! Ora perguntem ao alpinista João Garcia: com cinco centímetros de nariz, ele ainda cheiraria o odor da cabidela no tacho!
Com uma certa perfídia, o repórter vai mais longe e acena com a perspectiva assustadora de que até “as senhoras de mamas mais humildes” também podem sofrer. Não explica, é certo, se a mama é humilde por uma questão de estrato social ou de personalidade (Conheço meia dúzia de mamas e há algumas que têm um feitio levado do diabo!). Mas, pretensiosa ou humilde, a mama passa a dispor de uma luz ao fundo do túnel, por assim dizer: já há suportes especiais no mercado, anuncia o jornal online. Mesmo aí, porém, há que ter cuidado com os vendedores de banha da cobra: é que os suportes existentes no mercado “ainda não são inteiramente confiáveis, já que as mamas também balançam para os lados”.
Leio numa revista etnográfica que, na Irlanda celta, era costume os vassalos jurarem fidelidade ao soberano sugando-lhe vigorosamente um mamilo. Parece-me que, embora seja um costume requintado [porque não impô-lo em cada sessão do nosso parlamento? Cada deputado da nação passava rapidamente pela mesa da presidência e sugava um mamilo do Mota Amaral!], essa moda não pegará.
A dimensão crescente da mama balouçante do Mais Futebol torna-a tristemente impraticável.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Diferenças de estilo

No “Sun” online:
«Ronaldo orgy with 5 hookers
Manchester United are to quiz star striker Cristiano Ronaldo after he invited hookers back to his home for a poolside orgy.
The five girls travelled 60 miles by taxi from Leeds to Ronaldo’s home on the outskirts of Manchester to party with the players, who were celebrating United’s first victory of the season against Spurs this week.
The girls spent around six hours romping with Ronaldo, his team-mate Anderson and several other men in the pool, Jacuzzi and changing rooms.
The girls took a series of photos inside the house on mobile phones — one even videoed and snapped Brazilian midfielder Anderson naked apart from a pair of boxer shorts.
The stars laid on booze for the party as they cavorted with the girls — leaping in and out of the pool in the early hours. Some of the girls went skinny-dipping.
The girls all work through McKenzies Escort agency based in Leeds.
(…) During the evening the girls wandered freely through various parts of the house and had drinks in the garden The evening finally ended around 5am when one of the men told the girls to be quiet as Ronaldo was tired and he had gone to bed.»

No “Jornal da Madeira”,
«Ronaldo acolhe 5 meninas desfavorecidas
Dando provas do seu profundo humanismo, que só honra o homem e a região que o viu nascer, o nosso conterrâneo Cristiano Ronaldo acolheu cinco meninas desfavorecidas na sua casa de Manchester, às quais deu comida e amparo.
Depois de longa e fatigante viagem, as meninas estavam naturalmente desidratadas, motivo pelo qual o jovem madeirense colocou à disposição os seus humildes aposentos de banhos.
Fiel às amizades, Ronaldo partilhou a suprema graça de poder sarar as feridas das jovens com os seus amigos mais próximos, revelando que, muitas vezes, um homem bom agrega, por si só, outros beneméritos.
As meninas estavam tão feridas e cansadas, benza-as Deus, que foram necessárias seis horas para que as chagas por fim sarassem e a sua fome fosse saciada.
Não cabendo em si de contentes, as meninas apressaram-se a captar fotografias dos jovens pios, compadecendo-se com tamanha bondade e jurando devotamente que nunca iriam esquecer rostos tão benignos.
À medida que a provação diminuía, as meninas lançaram-se em retemperadores banhos, acompanhados de copos de água sofregamente ingeridos. Algumas, de tão pobrezinhas, pouco mais tinham no corpo do que alguns trapos esfarrapados.
Às cinco horas da madrugada, Cristiano Ronaldo foi rezar e deitou-se esgotado, depois de mais um dia de intensa caridade. Deus guarde uma alma tão pia.»