Eu: Ó menina.
A recepcionista do Multiusos do Sporting: Humm?
Eu: Lembra-se me de ter dito que o meu relógio aguentava bem a água da piscina?
Ela: Humm?
Eu: Pois aconteceu uma de duas coisas.
Ela: Diga.
Eu: Na primeira hipótese, o relógio efectivamente parou. Estragou-se. Entregou a alma ao Criador.
Ela: O quê?
Eu: Na segunda hipótese, talvez mais perturbadora, o tempo, na concepção einsteiniana, tomou a mesma forma em todos os referenciais inerciais, tornando-se relativo como conceito operacional.
Ela: Não estou a perceber.
Eu: Sendo t o tempo de ida medido pelo observador em repouso em relação ao relógio que se afasta para a direita com velocidade v, a distância entre os espelhos, ct, permite antever que um intervalo entre dois acontecimentos que ocorrem no mesmo ponto de espaço, s e t, e o intervalo de tempo entre os mesmos dois acontecimentos que ocorrem em pontos diferentes do espaço, é variável. Ou seja, o tempo dilata.
Ela: Mas o que é que pretende?
Eu: Gostava que percebesse que o observador de s vê o tempo dilatado em relação ao tempo próprio medido em s’.
Ela: Mas eu não percebo nada do que me está a dizer.
Eu: Menina, ou o tempo parou à 1 hora e 40 minutos de hoje e isso quereria dizer que o futuro daqui para a frente será um eterno presente, ou a merda do relógio estragou-se com a água da piscina.
Ela: Ah! As reclamações são ali naquele balcão.
o tempo parou à (??!!) 1 hora.
ResponderEliminarSim, burro. Uma coisa é o tempo ter parado à 1h40 minutos de hoje, como foi o caso. Ou seja, 100 minutos depois do meio-dia. Outra coisa diferente teria sido o tempo ter parado há 1h40 minutos, ou seja, há 100 minutos atrás. Parecendo que não, são coisas diferentes.
ResponderEliminarEu poderia explicar melhor, mas tu não ias perceber...
Não dês pérolas a descerebrados, Bulhão.
ResponderEliminarQuanto ao texto, brilhante, como sempre. Temo, no entanto, que as mentes limitadas dos lampiões que visitam este espaço de liberdade criativa, não percebam patavina da tua explicação baseada na Teoria da Relatividade Restrita. Eles, como iletrados que são, não sabem o que isso é, e, se calhar, nem percebem o conceito de "tempo t", "espaço s", e outros conceitos abstratos.
Para eles é mais o concreto do courato, da mine e do "ninguém para o fifica".
O relógio não sabe nadar, ióóó!!!
ResponderEliminarBulhão, para o primeiro postador, só tens de explicar que "o tempo parou à 1 hora" não é a mesma coisa de "o tempo parou há 1 hora". Eu sei, não queres dar numa de Edite Estrela, pelo que acabo eu de assumir as tuas dores...
ResponderEliminarE são muitíssimo bem assumidas, Ana.
ResponderEliminarOh Bulhão,
ResponderEliminarToda a gente percebeu que o tempo "ter parado à 1h40" é uma coisa e "há 1h40 é outra".
Mas dizeres à menina "Lembra-se me de ter dito" também não me parece correcto.
Impõe-se uma visita à Edite Estrela. Ou então, como diz o outro, não foi só o relógio que parou...
Rghhhhnnnn! Foi o teclado.
ResponderEliminarPublique-se pois a errata. "Lembra-se de me ter dito".
Bulhão, escreve a frase correcta no quadro cem vezes. Ou será sem vezes? Já não sei. Tenho de ir à bruxa. Ou será que tenho de ir há bruxa? Afinal, o relógio parou à 1h40 ou há 1h40? Para não envergonhar ninguém, sugiro que aceitemos a convenção de que o relógio parou às 2 horas. Assim ninguém se aleija. Ou será aleiga? Assim ninguém se magoa. Pronto! (ou será prontos?)
Estou tão nervoso que assinei com outra identidade. O Bulhão anterior é o mesmo que este. Só que eu fui recauchutado.
ResponderEliminarBulhão, é o segundo post consecutivo que começas com a palavra Eu. Estás a ficar narcisista?
ResponderEliminarDe todo. Nunca votei sequer em Matosinhos (pausa para os leitores recuperarem de uma das piadas mais estúpidas do ano).
ResponderEliminarCalhando, já não digo coisa com coisa.
Só um último alerta para a pequenada que vai para os exames: criançada, o texto é uma construção abusiva a partir de uma carta de Einstein ao astrónomo Willem de Sitter. Não é, repito, não é uma criação espontânea de um nadador do Sporting. Que se saiba, Einstein nunca nadou no Multiusos do Sporting e a Teoria Restrita da Relatividade ter-lhe-á ocorrido, não na piscina, mas durante um treino de boxe tailandês com o professor Ahmed, que dá aulas às terças e quintas na Quinta do Lambert.
Se fosse nas piscinas do Glorioso, já não parava...
ResponderEliminarAh, e antes que alguém diga o contrário, a empregada é sportemguista.
Bulhão,
ResponderEliminarpermite-me uma achega. "há 100 minutos atrás não existe". Se foi há 100 minutos, já foi atrás. Ainda gostava de saber de onde veio esta moda do há conjugado com atrás... paneleirices...
Absolutamente correcto, como o próprio Ciberdúvidas regista: http://www.ciberduvidas.com/pelourinho.php?rid=139
ResponderEliminarO erro é corrente e muitos caem na armadilha do "há anos atrás". Ironicamente, até o próprio Ciberdúvidas (http://www.ciberduvidas.pt/controversias.php?rid=852). Aqui, o Paulo Querido tropeçou num "há dois anos atrás". Acontece aos melhores.
Moral da história:
ResponderEliminarse querem opiniões sobre a resistência dos relógios à água, perguntem a um relojoeiro e não à recepcionista do Multiusos do Sporting.
Ah... Não me lembrei disso. Faz sentido, de facto.
ResponderEliminarUma vez que é chamada a relatividade de Einstein para o caso, talvez se possa introduzir a metafísica aristotélica e concluir-se que, talvez, afinal o relógio poderá nunca ter parado.
ResponderEliminarNão teria sido preferível perguntar à menina se também gostaria de dar um mergulho na piscina?
ResponderEliminarPlatonicamente falando, claro...
Pietra:
ResponderEliminarSe fosse nas piscinas do Glorigozo, o relógio teria parado devido à ferrugem, dado o elevado teor de...(agora vou ser porco) ácido úrico.
Depende do tipo de relógio.
ResponderEliminarEste Bulhão é um prato cá no lar.
ResponderEliminarAhahahahahaha, o relógio..... o relógio nunca saíu sa cabeceira.
Ainda eu me preocupava com uma realidade paralela.... há de facto, mas chama-se Alzhe.... Alz.... Al qualquer coisa, deve ser árabe. Hein? Quem?
Vou mas é continuar a alimentar estes seres que me nascem debaixo da almofada e... ooooohhhhh quem é que anda aí?
O Sancho, que mora no quarto..... hei..... quê..... oh pá..... ao lado tinha-me avisado para isto... Hein?
Quem são os senhores?
É preciso cuidado, porque nem tudo o que está escrito na Wikipédia, especialmente em "brasileiro", é verdade.
ResponderEliminarSim, porque em português a ordem das palavras não é arbitrário: um homem feito de pau não é o mesmo que um homem de pau feito.