Eles vendem tudo… e não deixam nada!
Lançam estimativas astronómicas do passivo que os pobres, coitados!, não compreendem. 200 milhões, 300 milhões: chega a um ponto em que é tudo igual. O último número, que o Abade refeito anunciou na Antena 1, tem requintes de malvadez: 276 milhões! Transpirando precisão de gestão numa casa onde todos gastam e ninguém presta contas, o clube que outrora foi modelo já nem tenta sacudir a lama que conspurca as roupas anteriormente impecáveis.
Riem-se, com o escárnio próprio dos inimputáveis, enquanto anunciam passes de mágica e soluções milagrosas para combater o défice. 50 milhões daqui. 40 de acolá. Doze anos depois da chegada dos arautos do Projecto, o Sporting deve mais e possui menos. Notável, pensa o pobre, que compra bilhetes cada vez mais caros, paga quotas cada vez mais altas e tem acesso a cada vez menos benesses do clube-empresa. Eles devem saber. Afinal, eles é que são os gestores!
No edifício-sede, onde em breve se pagará renda por aquilo que já foi nosso, o grupo dos fiéis defende a administração com unhas e dentes. Pudera. O clube tornou-se refúgio da mediocridade. Tornou-se, à boa maneira do Fialho de Almeida, uma albergaria onde quarenta ou cinquenta esfomeados, “impostos exclusivamente pela fidelidade partidária, ali instalam, como num almargem d’engorda, o seu contágio de rezes tinhosas e matreiras”.
Escarnecem da oposição com a arrogância dos tolos, certos de que a corda que os ampara continuará sem vergar. As propostas dos outros são genericamente afastadas, sem debate, sem aprofundamento. As deles – as do Projecto – ganham contornos de lei. Mantenho-me fiel ao Fialho que, cem anos antes, tirou bem as medidas a este estranho país: “A asneira lapidada em sentença tem para os tolos a vantagem de parecer coisa profunda, e para os espertos a desculpa de muitas vezes passar por ironia.” Nem mais! A secretaria vende-se ao Deutsche Bank por menos do que a outra proposta. Claro como água. Quem diz o contrário é tolo!
E a turba? Uns afastam-se, desgostosos, sem esperança nem fé, evocando, amargurados, os velhos tempos. Outros, poucos, pugnam nas assembleias, gastam tempo no estádio, escrevem manifestos e cartas à administração. O clube que conheceram escapa-se-lhes entre os dedos, como um grão de areia triturado pela imparável engrenagem da bolsa.
A turba, essa, come e cala. Alterna entre o feroz e o sentimental, agitando-se ao sabor das vitórias e das derrotas, pronta a levar em ombros os papagaios de comício ou a espezinhá-los impiedosamente ao primeiro desaire.
A venda final foi concluída, senhores. O regabofe continuará, estou certo, ao sabor das negociatas dos ladrões modernos, de colarinho, gravata e botões de punho, muita lábia para os papalvos e notável capacidade para essa arte leonina que é o parasitismo.
19 Comments:
Nem mais. O Sporting está entregue aos bandidos, como dizes, de fato-gravata, mil vezes piores do que os gatunos do passado. Estes, quando roubam, roubam fortunas... E como tu também eu não vejo remédio
E qual seria a solucao??? Nao ha receitas mas queremos continuar a competir na liga e na champions... sem dinheiro nao ha vicios e enquanto nao realizemos todos este pequeno detalhe, alienaremos ate o que resta da estatua ao gatinho do Sousa Cintra
fui eu o autor da mensagem anterior... Isto dos computadores nao e para a terceira idade
A venda de património, para mim, só foi aprovada porque o futebol estava em bom plano na época passada. Agora, seria derrotada por maioria.
O futebol no Sporting decide as questões de direcção. Sempre foi assim e sempre será.
Bom texto Bulhão!!!
Finalmente alguém com visão, que não se rebaixa à ditadura do "Projecto", que prefiro apelidar de Ditadura Soarista Franquista!!!
Por esses motivos, este ano não vou a Alvalade... e tenho Lugar de Leão!
Os sócios têm de abrir a pestana...
Ganda moral, ó Jay ao quadrado. A quanto ficou o árbitro de ontem? Deve ter sido caro.
Notável post.
Pensar que o problema está nas gravatas ou no facto de quem manda serem gestores é meio caminho andado para uma solução tipo Sousa Cintra.
A solução tem de passar por pessoas que saibam o que significa gerir uma grande organização e não por diletantes que prometem jogadores e equipas que vão lutar por todos os títulos europeus e vão ser a espinha dorsal da selecção.
O problema aqui não tem nada a ver com o tipo de estrutura e organização mas sim com as pessoas que lá estão.
As dívidas estão lá porque se acumularam anos de prejuízos na gestão corrente do Sporting.
Hoje, o serviço da dívida é realmente incomportável e nesse ponto eu compreendo que seja necessário vender o que temos para dar algum oxigénio financeiro ao clube.
O que eu não percebo (e por isso votei contra) é como é que este presidente pretende resolver o problema da gestão corrente deficitária.
Podemos diminuir as dívidas todas que quisermos mas se não resolvermos o problema dos prejuízos anuais, a situação voltará exactamente ao mesmo e, nessa altura, já nada teremos para vender!
Aquilo que mais nos deveria entristecer é que sendo a camada mais esclarecida e bem treinada deste país composta maioritariamente por sportinguistas, não surja alguém credível que possa servir de alternativa!
Por pouco não acertávamos na hora e tudo...
É verdade, master. Se mais alguém tiver escrito sobre o tema, já não será opinião. Será um princípio de motim.
Depreende-se, RR, que tu usas fato e gravata, botões de punho e colarinho branco.
Tens de perceber, caro Bulhão, que em democracia ganham as maiorias. Os sócios votaram neste projecto por esmagadora maioria, pelo que a direcção tem total legitimisade para exercer as suas opções.
Em democracia, respeita-se a vontade da maioria, mesmo que ela seja contra a tua vontade. Ou então candidata-te.
Olha que eu candidato-me mesmo! Depois, não venham a dizer que não avisei…
O sr. Franco e seus "boys" são um verdadeiro desastre. É uma verdadeira feira de vaidades.
subescrevo a opinião para se começar o motim, mas tem que ser algo sanguinário e com requintes de malvadez
Bulhão,
Não apoiei pessoalmente a candidatura e/ou projecto de Soares Franco.
Por razões diversas das aventadas, fui (sou) favorável à alienação do património imobiliário em causa.
Contudo, espero que ainda seja no meu tempo a tão prometida e ansiada auditoria externa que nos permite - sem dúvidas ou especulações - aferir a responsabilidade histórica por este mau negócio, e pela péssima decisão de insistir no modelo anteriormente seguido.
Espero, e desespero.
(texto superiormente estruturado e escrito, como é timbre).
O equipamento alternativo que nesta temporada contaminou com a sua palidez grande parte dos resultados negativos alcançados pelo Benfica tem os dias contados. Para a próxima temporada, segundo apurámos, a marca que veste o clube da Luz deverá desenhar um conjunto predominantemente cor-de-rosa.
Depois do tradicional branco – alternativo de décadas vestido pela primeira vez em 1929, num jogo nas Amoreiras, contra o Lusitano de Vila Real de Santo António –, nos últimos anos, devido a questões de marketing, têm sido várias as soluções apresentadas, algumas mais polémicas que outras.
Vale e Azevedo chegou a falar de um “azul à Benfica” para defender a existência de uma camisola com a cor semelhante à do rival FC Porto. Mas houve outras ideias mais ou menos arrojadas, desde o cinzento ou dourado, passando pelo preto e pelo amarelo.
O desenho da nova camisola cor-de-rosa será semelhante à que o Liverpool estreou no último fim-de-semana, isto é, com uma banda lateral que, no equipamento das águias será cinzenta. O corpo principal será dominado pelo rosa, tal como os reds apresentam hoje o branco.
Com esta alteração, os dirigentes benfiquistas contam naturalmente imprimir um novo impulso na venda de camisolas, oferecendo um produto a todos os níveis diferente daquele que tem surgido nos últimos anos. O equipamento principal continuará com as cores oficiais do clube encarnado.
http://www.record.pt/noticia.asp?id=732784&idCanal=11
Parece que os panascas do slb1908 se assumiram e pró ano vão jogar de rosinha. HAHAHAHA!
Com sorte poder que alguem compre esta direcção
Sem duvida uma das visões mais realistas do SCP actual. Entristece-me que assim seja, mas como deixei de pagar quotas quando o Dias da Cunha entrou no SCP, não tenho voto na matéria.
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