"Caso Mateus" resolvido

Depois dos primeiros pontapés na bola, em que as equipas favoritas não fizeram mais que a sua obrigação, as atenções viram-se, uma vez mais, e outra e outra para o já estafado “caso Mateus”. Nesta questão, que até faz o “calciocaos” corar de vergonha, o futebol português mostrou novamente a sua faceta aventureira, pioneira e inovadora – nestes assuntos, estamos bem mais avançados que a generalidade dos restantes países europeus. Querem saber como se instala a confusão num campeonato de futebol? É simples, perguntem aos portugueses como se faz. E, para as nações vizinhas, até fazemos um desconto.
Mas vamos ao cerne da questão, que envolve, para já, o Belenenses, o Gil Vicente e o Leixões. Há quem defenda que devem ser os lisboetas a descer, há quem pugne por serem os minhotos a cair na Liga de Honra, há quem advogue que devem ser os de Matosinhos, terceiros classificados da época passada, a subir à Liga dos “maiores”. Tanta confusão, tantos protestos, tanta guerra… para nada.
Por mim, a questão está mais que resolvida: o Leixões deve manter-se onde está e, que me perdoem os belenenses, mas deverá ser o Gil Vicente a permanecer na Liga. Mas, atenção: não nutro qualquer tipo de simpatia pelos gilistas, acho apenas que é uma questão da mais elementar justiça – é que o Gil, ao menos, deu-se ao trabalho de fazer 350 km para se deslocar a Lisboa e de se apresentar à porta do estádio da Luz. Como é da mais elementar justiça, igualmente, aplicar-se a pena de falta de comparência ao Benfica. Nada de transcendente, afinal – na pretérita temporada, o Benfica somou zero pontos na Luz com o Gil Vicente. Assim, sempre poupam o desgaste de 90 minutos nas pernas para o mesmo resultado. Quem sabe, sabe.