Réplicas
O Sporting inaugurou pomposamente, na Academia Puma de Alcochete, um polidesportivo destinado à prática do basquetebol. Trocando por miúdos, como diria um casapiano, o clube limitou-se a cimentar meio hectare de um terreno baldio, pintalgou meia dúzia de linhas de marcação e delimitou-o com duas tabelas. Chamou-lhe polidesportivo do basquetebol como quem chama Museu Nacional de História Natural ao depósito de quarto fósseis e um painel explicativo da Rua da Escola Politécnica. São exageros tontos, mas percebem-se: são vaidades perdoáveis a quem, como Pedro Sem, já tudo teve e agora nada tem.
Não sei se hei-de rir ou chorar. Entre duas berleitadas ao cesto, Ernesto Ferreira da Silva recordou que o Sporting tem grande tradição na modalidade, ele próprio jogou 12 anos e tem grande carinho pelo jogo, mas os tempos não estão fáceis, a economia está em quebra, os chineses dão cabo de tudo, o dinheiro vai faltando, no Vale do Ave já não há fábricas de cortumes. Enfim: não há basket para ninguém! Mas há o polidesportivo.
Toda a sessão de relações públicas do Ernesto e restante rapaziada enuncia a emergência de um novo paradigma no Sporting: o das réplicas. Não temos dinheiro para manter uma secção de basquetebol, mas temos um polidesportivo para jogar a modalidade.
Rogo-vos que não parem por aí, rapazes.
Acabem com o andebol e criem um campinho de andebol em Telheiras. Melhor ainda: acabem com o atletismo e, em contrapartida, mostrem às pessoas fotografias e vídeos dos ex-atletas que já tivemos. Não temos ciclismo, mas há no museu quadros dos tempos em que o tínhamos. Não temos hóquei em patins, mas, se não chover, podemos usar o empedrado em frente ao edifício-sede para patinar um bocadinho. A natação de competição é cara, mas podemos substituí-la por banhocas nos charcos do Campo Grande. As réplicas são preciosas, na medida em que imitam a realidade e só custam tostões.
Pensando melhor, porém, nem tudo é negativo. Pode ser que, levando o modelo ao extremo, um dia possamos substituir a direcção vigente por quadros do museu, do tempo em que tínhamos dirigentes a sério.
Atrevo-me a sugerir que um quadro do João Rocha dirigia melhor o Sporting do que esta gente de carne e osso.
10 Comments:
Complementando o comentário do Patife:
Benfica é merda!!!
Quando oa lagartos abrem os olhos... é bonito. Mas como eu fico na dúvida: O Soares Fra(n)co não acabou de ganhar as eleições? o que se passa?
O Zé Bitaite
O JR? Dasse! Já ninguém se lembra do estado em que deixou o clube no colo daquele pobre diabo (como se chamava mesmo?)! Ainda se fosse o Cintra, com todos os seus defeitos...
bons tempos eram os do bigodes com as suas unhas...
Pensava que isto era só para pessoas... aquela coisa "insurrecto" é o quê?
Rasteja lá para o charco de onde vieste!
Excelente post.
Retrata o actual Sporting...
O Sporting de hoje é uma verdadeira feira de vaidades, onde o ser o menos possível sportinguista vai ganhando pontos em relação.A propósito caro Bulhão, você para falar em joão Rocha é homem para que idade? É que eu tenho quadros dele para vender, se estiver interessado falaremos posteriormente.
Se tem quadros do João Rocha, também terá seguramente quadros de um jovem e prometedor «vice» de uma das direcções dele... Chamava-se José Roquette.
Academia Puma de Alcochete tem nome pomposo e de quem paga patrocinio, pelo que me parece bem.
Por acaso não tenho quadros desse senhor que me fala, dado que a minha polaroid era uma pequena angular e não apanhou toda a gente dessa grande doirecção do sporting clube de Portugal.
Para arranjar fotos do senhor José Roquette, aconselho-o a contactar a Banesto e o sr. Mario Conde, aí sguramenrte será satisfeito o seu desejo.
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