Humor Irresponsável
Como promotores de um blogue que é fonte de informação credível para milhões de pessoas, temos uma responsabilidade. Sabemos bem que você não sai de casa sem catrapiscar o Mãos ao Ar e dele beber avidamente o conteúdo diário. Gostamos sinceramente de pensar que somos importantes, e esse estatuto tem sido fundamental para a manutenção da nossa inviolabilidade [no sentido restrito do termo] aqui, na ala dos loucos furiosos, do Hospital Miguel Bombarda.
Ora, nestas semanas de Campeonato do Mundo, poucos temas ousaram furar a barreira do futebol e penetrar na agenda dos media. Até os pirómanos estão quietos e entretidos com a bola, deixando para Julho os incêndios que poderiam estar já a atear. Que me lembre, e com excepção para o já célebre boné da sorte do professor Marcelo (que diz tanto, tanto!, sobre a personagem), só me ocorre o caso do serial killer de Santa Comba Dão.
Uma das coisas lamentáveis nos serial killers é a sua falta de humildade. Aquilo é gente que continua, e continua, sempre à procura de um acto criativo mais perfeito, mais absoluto. Talvez o serial killer de Santa Comba Dão não tenha resolvido satisfatoriamente, como Gilles Deleuze e Manuel Maria Carrilho, o paradoxo kantiano do Eu e dos outros Eus, abafados e confusos, até ao ponto em que o sujeito reconhece que a sua verdadeira natureza é incompreensível para os sentidos. Todavia, e que se saiba!, Deleuze e Carrilho não saíram à rua para matar os vizinhos numa fúria incontrolável, enquanto o serial killer de Santa Comba Dão cedeu aos desejos mais mundanos. Parecendo que não, faz diferença. Sobretudo se o leitor viver em Santa Comba Dão.
Nada disto é muito relevante para um blog sobre futebol, modalidade onde, reconheço, os serial killers não abundam [descontando o Fernando Seara, mil vezes culpado de atentados contra o bom senso, a decência e a gramática]. O Jornal de Notícias, porém, escavou mais fundo do que os outros e revelou um traço decisivo da personalidade do ex-cabo da GNR de Santa Comba Dão.
É verdade. Este sexagenário, pacato vereador da junta de freguesia local [pelo PSD, eh eh eh!] e animador de bailaricos e festas regionais, era o grande dinamizador da Casa do Benfica de Santa Comba Dão. Bem sei que isso não quererá dizer que todos os associados da Casa serão serial killers. Não me custa a admitir que alguns, poucos, não o serão. Mas penitencio-me respeitosamente perante o Benfica e os benfiquistas, mesmo dispensando o cilício: quando Luís Filipe Vieira dizia que os benfiquistas são realmente os adeptos que saboreiam a vida até à medula, eu nunca acreditei que ele estava a falar a sério.
10 Comments:
Hum... pensando bem... acho que o Ted Bundy também era lampião... e o Charles Manson também... hum... começo a notar um padrão!
Tudo muito bem, mas há uma coisa que eu acho que tem que ser dita, sob pena de a verdade permanecer oculta. Tal como os pirómanos, o serial killer de Santa Comba Dão não está no activo no decorrer deste mundial. Aliás, consciente da responsabilidade acrescida de ser benfiquista - para além daquela que ser serial killer (em estrangeiro) já acarreta -, o ex-GNR tratou de ir cometendo os crimes aos poucos, com calma e alguma antecedência, ao contrário do hábito do bom povo português que tudo deixa para a última hora (quando não deixa para "amanhã"). Eu tenho para mim que isto é louvável. Futebol é futebol e quando o mundial começa tudo pára para ver a bola - sejas tu ladrilhador, técnico de informática, assassino, deputado ou jornalista. Não, jornalista não, que esses têm que escrever ou falar sobre o assunto. Agora o resto, pára tudo. Gostava por isso, caro Bulhão, que introduzisses no texto uma nota que esclarecesse este detalhe. Que não é de somenos.
Perfeitamente de acordo, Guitarrista. Em rigor, louvei o esforço dos pirómanos que guardam a carteira de fósforos e resistem ao apelo da mãe natureza durante o Mundial, sabe Deus a que custo e com que tormentas. Não me custa reconhecer que o serial killer teve igual sentido cívico. Mais houvesse como ele, e este seria um país melhor. Pelo menos com menos gente.
Fds és mesmo um fdp lagarto nojento.
Eu ia responder, Chalana, mas depois lembrei-me que tu podes ser membro de alguma Casa do Benfica, e eu depois aparecia nalguma esquina esventrado. Ná. Nessa, eu não caio. Até porque já apreciei mais ser esventrado. Está muito visto.
Este post está um horror, não consigo perceber como é que não fecham este blog. Decididamente prefiro falar de 4x3x3, 4x4x2, 4x5x1, etc...
Vergonhoso e inqualificável, eu como bracarense estou possesso, que dizer da grandiosa família benfiquista. Sim, nem todos são vendedores de pneus!
Essa do Fernando Searial Killer é uma ideia verdadeiramente preciosa!!
Há que aproveitá-la! Há que explorá-la!! Há que investigá-la!!!!
Será?
Será Seara um Killer Serial?
Será ele um killer, afinal?!!!
Seará?
Este lampião é um pouco ave rara. Os serial killers são normalmente pessoas inteligentes, perfil no qual os lampiolhos obviamente não se integram...
Nao admira um serial killer ser benfiquista. A cor do clube "vermelho" provoca-lhes o fascinio. Outro o perfil de um serial killer, serem pessoas que necessitam de mostrar o seu poder atraves da vida das vitimas. Como se sabe os benfiquistas tem uma necessidade de se auto-afirmarem, o maior clube do mundo, o maior clube com mais socios do mundo.
Cuidado, muito cuidado com estes serial killers.
Só podia ser, aliás foi o Vale Azevedo que na 1ª campanha eleitoral, foi a Caxias, onde disse orgulhose ter quase 100% de benfiquistas.
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