Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Vale

Sempre que o Sporting se encontra na mó debaixo, não compro jornais e evito ver qualquer programa desportivo que passe na televisão. O Bulhão desliga o telemóvel e só está contactável pelo telefone verde cujo número poucos têm acesso. É nessas alturas que procuro a cura. Tal como o treinador Manuel José fazia sempre que se sentia em baixo - passava o vídeo dos 7-1 ao Benfica para se animar - eu passo horas a fio, sem me cansar, a ver e a rever deleitado os 7-0 do "meu" Celta de Vigo ao Benfica. Nem imaginam como me sinto recompensado e com a moral a níveis elevadíssimos!

Mas quantas coisas mudaram durante a minha ausência, que expliquei devidamente no "post" anterior. Peseiro, Caixinha, Eduardinho, Andrade e Dias da Cunha já cá não moram, Paulo Bento e Soares Franco assumiram os comandos da nau leonina, Carlos Freitas regressou, o Porto ganhou na Liaga dos Campeões, enfim, tudo perece voltar à normalidade. O Benfica ganhou ao Estrela com um golo invalidado à equipa da Reboleira e eliminou o Leixões da Taça com um golo irregular do pequeno gnomo. Sim, realmente tudo voltou à normalidade.

Também fui pondo as contas em dia em relação ao Mãos ao Ar, e congratulei-me com o movimento pró-Vale e Azevedo que se iniciou nestas páginas. É uma atitude benemérita e que tem por fim regenerar a imagem que o antigo presidente do Benfica detém junto dos milhões de admiradores. É este tipo de acções que me fazem ter um orgulho enorme no Mãos ao Ar.
Por motivos profissionais, só contactei com José Vale e Azevedo por uma vez. Antes de ir, eu, que me tenho por um ateu convicto, fui a uma igreja, abeirei-me do confessionário e foi com bastante angústia que disse ao padre: "senhor, perdoai-me, porque vou pecar". "O que vais fazer, meu filho?", inquiriu. "Vou ao estádio da Luz..." Ainda hoje estou para perceber se ganhei ou não o perdão, porque o padre, espavorido, fugiu a correr pela igreja, benzendo-se a cada passo.
Bom, o certo é que acabei por entrar nos estaleiros da Luz e franqueei as portas do gabinete de Vale e Azevedo. Sentado numa cadeira de mogno e ladeado por uma bandeira do Benfica e outra de Portugal, um homem com o ar sereno dos justos cumprimentou-me afavelmente. Via-se que era pessoa de bem. Com um ar magnânimo que faria Alexandre Magno corar de inveja, Vale e Azevedo respondeu a todas as minhas perguntas, e via-se que havia seriedade e humildade em todas as respostas. Depois do café trazido por uma elegante funcionária que trajava de verde, levantei-me e dei a entender que, por mim, a entrevista estava terminada. Vale levantou-se e acompanhou-me à porta. À despedida, não consegui esconder o que me ia na alma e disse-lhe: "Presidente, espero sinceramente que continue por muitos e bons anos à frente do Benfica!". Vale sorriu condescendente e retorquiu "que Deus o oiça..."
E se, pelos vistos, não há justiça divina, que sejam os homens que lhe façam justiça - assinem a petição para o trazer de volta ao lugar de onde nunca devia ter saído. Aqui

8 Comments:

At sexta-feira, 28 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Vais ter de meter uns cartazes nas principais avenidas para conseguires 50 assinaturas na petição lagarta.
Vejo, com enorme felicidade, que continuas a rastejar na bosta, como um bom lagarto. Rastejar será a vossa sina eterna!

 
At sexta-feira, 28 outubro, 2005, Blogger Bulhão Patodisse...

Eu até costumo ver programas de vida selvagem… Em que circunstâncias é que o bom do simelão da iaquinta já viu um lagarto rastejar na bosta? Ora aí está uma inquietante interrogação que necessita de clarificação. Actualizando o contador, a petição leva já 27 assinaturas. Estamos quase a apanhar as petições pela reforma do sistema de ensino, pela reunião do Companhia ao palhaço Batatoon e pela extinção dolorosa dos DZRT. Bem hajam

 
At sexta-feira, 28 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Ainda ha-des explicar porque é k foste falar com o Vale? Eras avençado ou funcionário? Começo a suspeitar que és uma melancia: verde por fora mas vermelho por detro.

 
At sexta-feira, 28 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Caro sr. ameijoa (bulhão pato),

conheço há pouco tempo o seu blogue, mas sou tentado a concordar com o sr. rui gomes. O senhor é, de facto, adepto do SLB. Tive oportunidade de defender isso mesmo num comentário que coloquei a uma prosa de sua autoria (na qual postula a criação da petição).

O senhor é te tal forma benfiquista que nega o seu benfiquismo. É simples: segundo o eminente futebólogo John M. (ele prefere ficar anónimo, mas é eminente, não duvide), "o maior adepto é aquele que quer negar o seu amor ao clube do coração, por não se considerar digno de tamanha honra" (in "the football and the crazy men who love it and other recipies with low carbhydrates, plus a picture of a naked blind woman with a two legged dog").

 
At sábado, 29 outubro, 2005, Blogger Lars o Kirkdisse...

Épicas viagens, quilometros percorridos nos lugares mais reconditos do planeta, distâncias calcorreadas pelos quatro cantos do mundo... mas arranjaste sempre tempo para, durante o último mês, dares um pulinho a alvalade ao fim-de-semana (e uma 5a feira), durante umas duas horitas...

E AGOIRARES ESTA MERDA TODA!!!!!!

PS. Umas aulitas de gramática portuguesa já davam jeito, não?

 
At domingo, 30 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At domingo, 30 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Blogger Bulhão Patodisse...

No espírito dos princípios de censura e de atentado à liberdade de expressão que nos são muito queridos, apagaremos do fórum quem não cumprir as regras mínimas, a saber: total subserviência às opiniões veiculadas pelos promotores; defesa acérrima de todos os pontos de vista dos promotores; comunhão rigorosa com todas as iniciativas dos promotores.
Como dizia Rinus Michels, na minha selecção há duas regras:
1) eu tenho sempre razão
2) Nos raros casos em que eu não tiver razão, aplica-se automaticamente a regra número 1.
Saudações.

 

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