Mãos ao ar

Blogue de discussão desportiva. Qualquer semelhança entre este blogue e uma fonte de informação credível é pura coincidência e não foi minimamente prevista pelos seus autores. Desde já nos penitenciamos se, acidentalmente, relatarmos uma informação com um fundo de verdade. Não era, nem é, nossa intenção.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Onde se Fala dos Outros

Sempre que vejo o FC Porto de Co Adriaanse a jogar penso no Iran Costa a gritar “É o bicho! É o bicho!”; penso nas milícias sandinistas avançando com forquilhas contra as metralhadoras governamentais; penso no exército português em Alcácer-Quibir (embora tente não pensar nos êxitos musicais de José Cid – ora aí está uma contradição de termos). E também penso na Isabel Figueira, mas é mais raro.
A equipa é maçadora, enfadonha. O jogo é mastigado, lento, pausado. O Ibson como maestro aborrece-me mais do que duas projecções seguidas de cinema português. Hugo Almeida é mais estático do que o défice de Estado. E os centrais são como as represas que protegiam Nova Orleães: rompem por todos os lados.
Arthur Conan Doyle postulou que quando estiver excluído o impossível, tudo o resto, mesmo o mais improvável, deve ser verdadeiro. A máxima aplica-se ao FC Porto. O quadro de jogadores não tem paralelo no futebol português. A organização do clube e a articulação entre futebol de formação e futebol profissional é o exemplo que todos seguem. As infra-estruturas (embora pagas por todos nós, indirectamente, moremos ou não em Vila Nova de Gaia) são do melhor que temos em Portugal. A capacidade de inserção de trabalhadores imigrantes na estrutura do clube é lendária, pois o FC Porto é um farol na integração de brasileiras, moldavas, ucranianas, caboverdianas no mercado de trabalho. Qual é então o elo que quebra? Adriaanse, sem dúvida.
As dispensas de Jorge Costa e agora Postiga são grotescas. Bruno Alves e Ricardo Costa são tão compatíveis como uma banheira cheia de água e um secador ligado à corrente (acreditem em mim, rapazes, não experimentem isto em casa). Dispensou-se Sandro mas Ibson ficou. McCarthy é o melhor ponta-de-lança do plantel, mas fica sentado no banco ou no hotel à espera das cabeleireiras. Quaresma é utilizado a conta-gotas em benefício de Alan!
Admito que, em Julho, pensei que o FC Porto acertara em cheio, mas eu também não sou exemplo para ninguém. Também pensei que o vocalista dos Trabalhadores do Comércio seria o ícone musical dos anos 1980. E que as letras do Rui Reininho faziam sentido no contexto político dos 1990. Ou que Rui Baião seria o novo Rui Costa, da mesma forma que Akwá fora o novo Eusébio.
Senhor presidente do FC Porto, sei que lê avidamente estas linhas. Só há um treinador de gabarito que poderá amenizar o seu balneário, conciliar os jogadores com as suas posições naturais e equilibrar as prestações da sua equipa de semana a semana. Chama-se José Vítor dos Santos Peseiro e sei que está livre no mercado.

12 Comments:

At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Blogger Tozedisse...

Atão Bulhão, quando envias a tua Sanita ? :))))))

www.aminhasanita.blogspot.com

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Caro Bulhão, desconhecia a sua paixão exacerbada pelo anterior treinadeiro do Sporting, ao ponto de saber o seu nome todo, coisa de que muito poucos se podem orgulhar.
Já agora, José Peseiro jogou basket consigo no Benfica?

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Blogger Bulhão Patodisse...

Golpe baixo, amigo, golpe baixo. Sou culpado apenas de ter uma meória prodigiosa, capaz de fixar os nomes completos das maiores nulidades. Exemplos?
1) Rodrigo Alvaro Tello Valenzuela
2) José Alberto Ferreira Machado, vulgo Quim Berto
3) Jacques Missé-Missé
4) Ou mesmo o mítico José António Ramalho Lima (vulgo Lima).

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Blogger Bulhão Patodisse...

Já agora, Jason Rodrigues Corrêa (lembra-se, de 1983/1984)? E Eldon Armond Bravo, de 1984/1985)?

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Do que me lembro e ninguém infelizmente no nosso clube é de um senhor chjamado MANUEL JOSÉ TAVARES FERNANDES, nascido em Sarilhos Pequenos, e que é o maior símbolo vivo do Sporting, mas que infelizmente os aristocratas da SAD não se lembram de quem é.
De qualquer modo parabéns por se lembrar das maiores tragédias que envergarem o emblema do leão.
O meu amigo é só "triplos".

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Caro(a?) sr.(a?) Juveneno, caro sr. Ameijoa

O desfiar enfadonho de velhos nomes da história do clube verde é muito aborrecido. Num blogue que se quer dinâmico, essas conversas são tããããããããããããããããão chatas..........

Já li textos dos(as?) dois(duas?) dignos(a?) autores(as?), e são capazes de muito melhor.

Vá lá... esforcem-se.

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Blogger Lars o Kirkdisse...

Caro(a) Sr.(a) Fáj Mumbico,

Já assinou a petição?

 
At segunda-feira, 31 outubro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Lars o Kirk, a petição não é para todos, é que este rapaz que faj(z) m(e)umbico pode não ter o QI adequado à assinatura da mesma. Não podemos pôr a petição, que se quer séria em credível, nas mãos e nos bicos de qualquer esferográfica.

 
At terça-feira, 01 novembro, 2005, Blogger Bulhão Patodisse...

Isto é incrível! Bastou fazer uma referência depreciativa ao Hugo Almeida para ele marcar um golo a 30 metros da baliza (Inter-FCP).

 
At quarta-feira, 02 novembro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Não , agruras do passado, nunca achei que fosses o careca pequeno, mas sim um mentecapto com cabelo, foi essa a reazão de não te ter respondido.

 
At quarta-feira, 02 novembro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Ó Bulhão, cheira-me que essa do H. Almeida é um sapo que vais ter que engolir muitas vezes...infelizmente para o SCP e felizmente para a selecção...

 
At quinta-feira, 03 novembro, 2005, Anonymous Anónimodisse...

Não querias mais nada?!?

Eu até dormi mal quando pensei que ele tinha ido para o Belenenses, durante uma noite, sem saber que afinal era o Couceiro.

 

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